WILLIAM FRANÇA
enviado especial a Goiânia

A apresentação à Justiça do ex-dono da Encol, engenheiro Pedro Paulo de Souza, 63, na última terça-feira, dará uma sobrevida à CPI dos Bancos. Na próxima semana, serão tomados oito depoimentos a fim de tentar esclarecer o relacionamento da Encol com os bancos oficiais, especialmente com o Banco do Brasil, a quem ela deve cerca de R$ 200 milhões.
Na próxima quarta-feira, às 17h30, está marcado o depoimento de Souza. Os advogados dele, em Goiânia, ainda estão articulando a estratégia de defesa, mas a decisão de o engenheiro falar ou não o que sabe aos senadores dependerá do que ocorrer no caso, até momentos antes do depoimento.
Na terça-feira será julgado o pedido de suspeição contra o juiz Avenir Passo de Oliveira, titular da Vara de Falências e Concordatas de Goiânia e responsável pela decretação da falência de empresa, ocorrida há três meses, e do pedido de prisão de Souza. O afastamento tem parecer favorável do Ministério Público.
Ontem, os advogados de Souza passaram o dia em reuniões, com ele e com familiares. O engenheiro, que está preso num quarto para oficiais na Academia de Polícia Militar de Goiás, continua sem querer falar com a imprensa.
Na véspera do depoimento de Souza, a CPI vai ouvir Jair Bilachi, ex-presidente da Previ (fundo de pensão dos funcionários do BB), que foi gerente da agência do banco onde a Encol tomou parte dos empréstimos.
No mesmo dia será tomado o depoimento de Manoel Pinto de Souza Júnior, superintendente do BB à época dos empréstimos concedidos por Bilachi.



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