São Paulo, Sábado, 19 de Junho de 1999
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EUROLÂNDIA
Instituição intervém no mercado pela primeira vez desde lançamento da moeda e vende até US$ 3 bi em ienes
BCE atua no câmbio para fortalecer euro

das agências internacionais

O Banco Central Europeu (BCE) interveio ontem pela primeira vez no mercado de câmbio para impedir a desvalorização do euro e a valorização excessiva do iene.
A intervenção do BCE foi realizada a pedido do Banco do Japão, o banco central japonês.
O BCE teria vendido ontem entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões em ienes e comprado o equivalente em euros.
Com isso, a moeda japonesa fechou cotada a 120,71 ienes por dólar, contra 119,81 do pregão anterior, ou queda de 0,75%. Já o euro registrou valorização de 1% e terminou o dia no mercado europeu em US$ 1,0411, contra US$ 1,0305 do fechamento de quinta-feira.
O BCE começou a vender ienes quando a moeda japonesa chegou a 119 ienes por dólar. Logo após a atuação do banco, que envolveu os bancos centrais da Alemanha, França e Itália, além de outras 20 instituições financeiras, a cotação subiu para 125,86 ienes.
Não foi a primeira vez que o Banco do Japão atuou em conjunto com outro banco central. Em junho do ano passado, o BC japonês se uniu ao Fed (o BC norte-americano) e ao Tesouro norte-americano para conter a supervalorização da moeda japonesa.
Mas foi a primeira atuação do BCE no mercado de câmbio desde o lançamento do euro em 1º de janeiro.
O BCE se manteve imóvel mesmo quando o euro atingia a pior cotação desde sua criação, chegando a cair 13% em relação ao dólar.
O BC japonês, por outro lado, é conhecido por suas atuações agressivas no câmbio. Só na semana passada, vendeu em torno de US$ 6 bilhões para conter o fortalecimento do iene. O iene supervalorizado prejudica as exportações japonesas.
O responsável pelas finanças internacionais do Japão, Eisuke Sakakibara, voltou a afirmar que tomará as "medidas necessárias" para conter a valorização do iene.
Sakakibara, conhecido como "Mr.Iene", não descartou novas intervenções para manter a moeda "estável".
"Não desejamos o fortalecimento do iene, antes da recuperação da economia japonesa", disse.
O país, que está oficialmente em recessão desde junho do ano passado, registrou crescimento econômico de 1,9%, após 15 meses de retração.
A cifra superou as expectativas mais otimistas, mas mesmo o governo japonês se mantém cauteloso e projeta crescimento de 0,5% da economia para este ano.
O presidente dos EUA, Bill Clinton, elogiou ontem o desempenho da economia japonesa.
"Estou entusiasmado com o resultado da economia japonesa no último trimestre", disse.


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