São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 2002

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Argentina ainda não vai receber ajuda, diz Fundo

DE BUENOS AIRES

O porta-voz do FMI (Fundo Monetário Internacional), Thomas Dawson, disse ontem que a Argentina ainda precisa atender a diversas exigências antes de receber mais ajuda internacional.
Segundo Dawson, o país deve estabelecer uma política monetária que fixe um teto para a emissão de pesos e evite o retorno da hiperinflação. Além disso, ele também cobrou reformas para normalizar o sistema bancário, que tem perdido depósitos desde a decretação das restrições para saque em dezembro.
Já o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O'Neill, tentou, também ontem, reduzir as expectativas positivas criadas pelo anúncio de sua viagem à Argentina no final deste mês.
Em Washington, O'Neill disse que a visita não significa que haverá uma breve ajuda financeira como se especula no país vizinho. "(A viagem) não será distinta das que tenho feito a outras zonas com problemas econômicos".
O secretário esteve nas últimas semanas em países pobres da África e da ex-União Soviética com o objetivo de "aprender, escutar, compreender a situação em que estão, o que é que está mal".
O subsecretário de Estado para América Latina dos EUA, Otto Reich, entretanto, prometeu à Argentina ajuda após o fechamento do acordo com o FMI. Segundo ele, o país será recompensado "não apenas com apoio político, mas também com recursos financeiros e benefícios comerciais".

Salários
O governo argentino publicou no Diário Oficial ontem um decreto que pode não agradar ao FMI -por aumentar o gasto público- mas deve ajudar o presidente Eduardo Duhalde a conter a tensão social.
O decreto estabelece um aumento de 50 pesos para o piso das aposentadorias, que agora será de 200 pesos. A medida vai beneficiar a 700 mil aposentados.
Outro decreto oficializado ontem prevê um aumento de 100 pesos para todos os trabalhadores do setor privado a partir de agosto. O reajuste não valerá para os servidores públicos. (JS)


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