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Multidão rouba político; cresce medo de violência
DE BUENOS AIRES
A depredação da residência de
um deputado argentino mostrou
que a troca de acusações entre
pré-candidatos à Presidência sobre supostos planos de violência e
assassinatos durante a campanha
eleitoral podem não ser "boatos
absolutamente infundados" como havia dito anteontem o chefe
de gabinete, Alfredo Atanasof.
O incidente aconteceu na Província de Santiago del Estero
(norte) na manhã de ontem,
quando cerca de 400 pessoas invadiram a casa do deputado peronista José Figueroa, destruíram
móveis e veículos e roubaram eletrodomésticos.
Horas depois, o deputado, ligado ao ex-presidente Carlos Menem (1989-1999), disse tratar-se
de um "ato político". Figueroa,
que não estava em casa no momento do incidente, aconselhou
Menem a cancelar a viagem a
Santiago del Estero marcada para
hoje. "Aqui há risco de vida para
ele (Menem) e para mim".
Preocupado, Menem, que iniciou a campanha presidencial no
sábado, confirmou o cancelamento da viagem. Após o incidente, o ex-presidente passou de
suposto mandante para vítima
potencial de crimes políticos.
A hipótese de que Menem estudaria atos de violência contra adversários foi levantada pelo ex-presidente Adolfo Rodríguez Saá
(2001). No domingo, Saá disse ter
informações de que Menem teria
cogitado matá-lo.
Outra possível vítima seria o
também pré-candidato peronista
Néstor Kirchner, que ontem disse
ter informações de que está em
curso uma "campanha suja" e que
agentes da Side -a agência de inteligência da Argentina- estariam investigando o político.
Já o deputado comunista Luis
Zamora disse ter recebido um e-mail em que era ameaçado de
morte caso não deixasse o país.
O chefe da Side, Miguel Angel
Toma, disse não haver indícios
claros de que possa haver um
"magnicídio" (assassinato de pessoas importantes) na Argentina.
No entanto, ele disse ter ordenado
a realização de uma investigação
interna para verificar se existem
homens do serviço de inteligência
a serviço de pré-candidatos.
(JS)
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