São Paulo, sexta-feira, 19 de julho de 2002

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Mercosul e UE podem fechar acordo parcial

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As negociações entre o Mercosul e a União Européia poderão resultar em um acordo de preferências tarifárias que inclua entre 40% e 50% do comércio entre os dois blocos, segundo afirmou ontem o ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral.
Segundo Amaral, o governo brasileiro optou por uma negociação mais realista, mas que produza resultados. A diferença entre um acordo de preferência tarifárias e uma área de livre comércio é que o primeiro modelo prevê apenas a redução das tarifas para um grupo de produtos selecionados.
Na área de livre comércio é estabelecida a redução das tarifas de todos os produtos até chegar a zero, além da liberalização do comércio de serviços, para investimentos e compras realizadas pelos governos.
Lançadas em 1995 com o objetivo de estabelecer uma área de livre comércio entre os dois blocos, as negociações começaram a encontrar dificuldades no ano passado, depois que os dois blocos trocaram suas ofertas, ou seja, a lista com os produtos para os quais estão dispostos a reduzir o Imposto de Importação.
Os europeus excluíram de sua oferta os produtos agrícolas de maior interesse para as exportações brasileiras.
O Mercosul, por sua vez, ofereceu redução tarifária para apenas 30% do universo de produtos importados dos países europeus.
Na semana passada, uma proposta dos europeus piorou o clima. A UE quer dividir as negociações em duas fases. Em um primeiro momento, seriam discutidas as regras de comércio e depois iniciadas as negociações sobre redução de tarifas.
A proposta desagradou ao governo brasileiro porque tornaria o processo muito lento, já que o Mercosul ainda não tem regras comuns.
Interessada em proteger seu mercado agrícola, que recebe pesados subsídios do governo, a UE quer adiar a negociação desse item com o Mercosul até que sejam concluídas as discussões multilaterais na OMC (Organização Mundial do Comércio). (CLÁUDIA DIANNI)


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