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São Paulo, sábado, 19 de julho de 2003

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CRISE NO AR

Ministro da Defesa afirma que dispensas serão inevitáveis; sindicato dos aeronautas prevê cerca de 6.000 cortes

Fusão Varig-TAM trará demissões, diz Viegas

6.fev.03 - Antônio Gaudério/Folha Imagem
Aviões da Varig e da TAM no aeroporto de Congonhas (SP); custo das demissões seria de US$ 300 mi, diz sindicato dos aeronautas


ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Defesa, José Viegas, afirmou que será inevitável ocorrer demissões durante a fusão da TAM com a Varig. Viegas não apresentou estimativa de quantas pessoas serão demitidas.
"Todos os que acompanham o setor sabem que é necessário um enxugamento da oferta, o que provocará uma inevitável redução do nível de emprego", afirmou ontem o ministro, após cerimônia na Base Aérea de Brasília.
A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, afirma que cerca de 6.000 pessoas perderão seus empregos com a fusão. Segundo ela, o custo trabalhista para as empresas será de US$ 300 milhões.
Os números, de acordo com a sindicalista, foram obtidos com executivos que participam das negociações para a criação da nova empresa. Ficou acertado que no próximo dia 26 o modelo final do contrato de fusão será analisado pela assembléia geral do colégio deliberante da FRB, última instância decisória da fundação.
Roberto Müller Filho, assessor das empresas no processo de fusão, diz que ainda é cedo para fazer estimativas do número de demissões. Hoje, as duas maiores empresas aéreas do país empregam cerca de 20 mil pessoas (13 mil a Varig e 7.000 a TAM).
Segundo o ministro, "os PDVs (Planos de Demissão Voluntária) são o melhor instrumento para enfrentar a situação". Disse que o governo poderá colaborar para os programas de demissões. Não ficou claro se com dinheiro.
"Os mecanismos de financiamento têm de ser objeto de consulta entre as empresas, as instituições financeiras e mesmo o governo, para que possamos contribuir em conjunto para a melhor solução possível", disse ele.
O Sindicato Nacional dos Aeronautas, segundo sua presidente, apresentou ao governo uma proposta alternativa à fusão, que evitaria as demissões.
O projeto para o setor defendido por Baggio prevê uma moratória de três anos para o pagamento das dívidas das empresas com o governo e um prazo de 15 anos para que sejam quitadas.

Só fusão
Viegas deixou claro que o governo só trabalha com a hipótese de fusão. "Até aqui, a fusão é a única proposta, apresentada no campo real, que tem perspectivas de viabilidade e é compatível com as necessidades de reestruturação do setor."
Questionado sobre a manutenção do nome Varig, Viegas disse que "seu nome, sua imagem e tradição de serviços certamente serão preservados". Críticos da fusão alegam que o nome Varig poderia se perder se a união com a TAM for concretizada.


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