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Seguro-desemprego é ampliado em 3 setores industriais
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O impacto do dólar barato no
mercado de trabalho levou o
Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) a ampliar as parcelas
do seguro-desemprego para os
trabalhadores demitidos nas
indústrias calçadista, moveleira (madeira) e de máquinas e
equipamentos agrícolas.
A medida, prevista nas regras
do Codefat e já adotada em
anos anteriores, pode beneficiar o presidente Lula, já que os
desempregados desses setores
estão concentrados em São
Paulo, no Paraná e no Rio
Grande do Sul, Estados onde o
impacto negativo do câmbio é
um dos fatores de potencial
desgaste eleitoral do petista.
O candidato tucano, Geraldo
Alckmin, tem ficado na frente
de Lula, segundo as últimas
pesquisas eleitorais, na região
Sul, que tem sido priorizada em
suas atividades de campanha,
ao lado de São Paulo.
Pela decisão de ontem, os
trabalhadores terão direito a
duas parcelas adicionais. O custo total da ampliação das parcelas será de R$ 72,1 milhões (dinheiro vindo do FAT) e atenderá a 76.992 desempregados.
O secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho, Remígio Todeschini, explicou que o conselho vem acompanhando a queda no nível de emprego desses
setores há mais de 12 meses.
No ano passado, o Codefat já
havia ampliado as parcelas do
seguro-desemprego para o setor calçadista. A legislação do
FAT já permite o aumento de
duas parcelas para grupos econômicos em dificuldades.
Pela regra geral, os demitidos
podem receber de três a cinco
parcelas do seguro-desemprego, dependendo do tempo de
serviço nos últimos três anos. O
valor mínimo mensal é o salário mínimo (R$ 350). O máximo, R$ 654,85.
Ontem o conselho (formado
por governo, trabalhadores e
empresários) aprovou três resoluções beneficiando os setores calçadista, moveleiro e de
fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agrícolas.
Para os demitidos no setor de
máquinas agrícolas, as parcelas
adicionais valem para quem
perdeu o emprego entre janeiro de 2005 e junho deste ano. O
Ministério do Trabalho estima
em 13.869 os beneficiados. "O
benefício não vale para quem
for demitido a partir de agora
porque não há mais demissões.
O setor já está trabalhando no
limite." Os Estados mais afetados são PR, SP e RS.
No setor moveleiro, o Sul
concentra a maioria das demissões. Com a extensão do benefício, serão atendidos 20.020
trabalhadores -demitidos entre janeiro e junho deste ano.
Para os demitidos no setor de
calçados, as parcelas adicionais
chegarão ao bolso de 43.103
trabalhadores, reunidos principalmente no Ceará, em São
Paulo e no Rio Grande do Sul.
Orçamento de 2007
O Codefat também aprovou o
orçamento do FAT para 2007
para despesas obrigatórias, como pagamento do seguro-desemprego e do abono salarial.
Também foi aprovado o volume de recursos disponíveis para gastos com intermediação e
qualificação de mão-de-obra e
com o programa de microcrédito orientado. O valor aprovado
pelos conselheiros soma R$
30,5 bilhões, contra R$ 28,6 bilhões previstos para este ano.
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