São Paulo, Segunda-feira, 19 de Julho de 1999
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Juro alto dificulta, diz Fiesp

da Reportagem Local

O crescimento sustentado da indústria está longe de ser alcançado, na análise de Roberto Faldini, empresário e diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O segundo trimestre foi ruim para a indústria paulista, avalia. Apesar de o desempenho ter sido melhor do que o do primeiro trimestre, foi pior do que o de igual período do ano passado.
"Infelizmente, o país não fez a sua lição de casa. O sistema tributário prejudica a produção e a exportação. E os juros continuam muito elevados. Assim, o país fica sujeito a qualquer resfriado, como a crise na Argentina."
Do lado do consumo, há a corrosão do poder de compra causada pela inflação e os juros ainda altos cobrados no crediário.
Os setores que não dependem de financiamento, como vestuário, calçados e alimentos, apresentam melhor resultado, diz Flávio Castelo Branco, economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O desempenho da indústria neste segundo semestre, diz Faldini, ainda é uma incógnita. Se a Argentina, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, não resolver os seus problemas, acredita, as possibilidades do Brasil crescer diminuem.
Na previsão de Castelo Branco, a produção industrial brasileira fecha o primeiro semestre em queda de 3%, e o ano, com recuo de 1% em relação ao ano anterior.
Para Fábio Silveira, economista da Tendências Consultoria, a recuperação da indústria e do comércio será lenta por causa do desemprego, da inadimplência e das altas taxas de juros.
"Não há sinais que mostrem recuperação do nível de emprego e dos salários. E diante dos juros altos, o consumidor vai pensar duas vezes antes de comprar." (LR e FF)


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