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Comissão volta a
decidir liberação
de produtos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto o Congresso ainda
discute a nova Lei de Biossegurança, a CTNBio (Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança) já analisa novas autorizações para cultivo e comercialização de transgênicos no país.
Nas próximas terça e quarta-feira, a comissão se reúne pela
primeira vez depois de ter restabelecido, pela Justiça Federal,
o poder de dar a palavra final
sobre transgênicos no país.
"A plenitude da competência
da CTNBio foi restabelecida
pelo Tribunal Regional Federal, pareceres conclusivos [para
o cultivo e a comercialização de
transgênicos] podem ser publicados no "Diário Oficial" num
prazo de 90 a 120 dias", diz o secretário-executivo da CTNBio,
Jairon do Nascimento.
Esse prazo considera uma hipótese otimista de análise de
um pedido de comercialização
de organismo geneticamente
modificado, para o qual a
CTNBio dispense estudo de
impacto ambiental. Teoricamente, isso pode vir a acontecer com o algodão transgênico,
disse Jairon. Ainda teoricamente, a autorização pode ser
concedida antes de o Congresso aprovar a nova Lei de Biossegurança, que limita os poderes da CTNBio.
A comissão -composta por
cientistas, representantes do
governo, de órgãos de defesa
do consumidor, de empresários de biotecnologia e da área
de saúde dos trabalhadores-
teve sua competência para autorizar transgênicos suspensa
pela Justiça há seis anos.
Na época, o tribunal atendeu
a um pedido das organizações
não-governamentais Greenpeace e Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), que conseguiram barrar a decisão da
CTNBio de autorizar o cultivo
comercial da soja transgênica.
Essa decisão foi revista pelo
Tribunal Regional Federal no
final de junho. A publicação do
resultado, em setembro, não
resolveu o caso da soja transgênica (que ainda aguarda decisão da Justiça), mas abriu caminho para a CTNBio retomar
o trabalho suspenso desde
1998, de autorização de experimentos, cultivo, comercialização e consumo de organismos
geneticamente modificados.
Segundo Jairon do Nascimento, há 15 processos na fila.
Cinco deles apresentados pela
multinacional Monsanto. Há
pedidos para liberação do cultivo comercial de milho, arroz e
algodão transgênico. Na próxima semana, cada processo será
encaminhado a um relator, que
deverá apresentar um parecer
na reunião seguinte, prevista
para novembro.
Ainda de acordo com Nascimento, não há nenhuma orientação do governo para aguardar uma definição do Congresso e um novo rito para a liberação dos transgênicos.
(MS)
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