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BOLSAS
Não se prevê novo "black monday"
Crise da Bolsa de NY
completa dez anos
das agências internacionais
Há exatamente dez anos a Bolsa
de Nova York sofreu a maior queda de sua história, no episódio que
ficou conhecido internacionalmente como "black monday"
("segunda-feira negra").
Dez anos depois, os analistas
afastam a possibilidade de repetição do episódio, seja por que a
conjuntura econômica dos Estados Unidos hoje é muito diferente,
seja por que os mercados desenvolveram mecanismos de proteção contra oscilações bruscas.
No dia 19 de outubro de 1987, o
Índice Industrial Dow Jones -que
mede as cotações das principais
ações ("blue-chips")- desabou
508 pontos. Ou seja, sofreu uma
queda de 22,6%, o que significou a
maior perda já registrada no mercado de ações em um único dia.
Não escaparam do "black monday" papéis bem-cotados de corporações industriais sólidas listados no Dow Jones, como a IBM e a
Eastman Kodak, nem ações de empresas de alta tecnologia, como a
Apple Computer.
As perdas foram avaliadas em
US$ 500 bilhões (no valor total das
ações das companhias), o que
equivaleria a um prejuízo de US$
2.100 para cada norte-americano.
Somente em janeiro de 1989 o
Dow Jones retornaria aos níveis
anteriores à crise.
Para aumentar a confiança dos
investidores, a Bolsa de Nova York
adotou várias medidas, como programas computadorizados que
suspendem os negócios quando as
cotações atingem determinado nível de elevação ou de queda (50
pontos no Dow Jones).
Comparação inevitável
A volatilidade do mercado nos
Estados Unidos nos últimos meses, com o nível de preços das
ações superavaliado, em comparação com os resultados das empresas, provocou comparações com a
crise de 1987.
Na última quinta-feira, um movimento de vendas ativado pelos
resultados decepcionantes de várias empresas foi reforçado pelo
temor de elevação dos juros pelo
Banco Central dos Estados Unidos, como recurso para esfriar a
economia e evitar uma pressão inflacionária.
O Dow Jones registrou o nível
mais baixo em um mês. Mas, apesar da instabilidade do mercado,
os analistas consideram improvável a repetição de um "crack" como o de 1987.
Sondagens realizadas entre investidores indicam que, na hipótese de uma queda semelhante, 71%
dos norte-americanos não alterariam sua estratégia de investimentos; 13% retirariam seu dinheiro
do mercado e cerca de 12% afirmam que colocariam mais dinheiro, seguindo a idéia de que as baixas são uma boa oportunidade para comprar barato.
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