São Paulo, domingo, 19 de outubro de 1997.




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BOLSAS
Não se prevê novo "black monday"
Crise da Bolsa de NY completa dez anos

das agências internacionais

Há exatamente dez anos a Bolsa de Nova York sofreu a maior queda de sua história, no episódio que ficou conhecido internacionalmente como "black monday" ("segunda-feira negra").
Dez anos depois, os analistas afastam a possibilidade de repetição do episódio, seja por que a conjuntura econômica dos Estados Unidos hoje é muito diferente, seja por que os mercados desenvolveram mecanismos de proteção contra oscilações bruscas.
No dia 19 de outubro de 1987, o Índice Industrial Dow Jones -que mede as cotações das principais ações ("blue-chips")- desabou 508 pontos. Ou seja, sofreu uma queda de 22,6%, o que significou a maior perda já registrada no mercado de ações em um único dia.
Não escaparam do "black monday" papéis bem-cotados de corporações industriais sólidas listados no Dow Jones, como a IBM e a Eastman Kodak, nem ações de empresas de alta tecnologia, como a Apple Computer.
As perdas foram avaliadas em US$ 500 bilhões (no valor total das ações das companhias), o que equivaleria a um prejuízo de US$ 2.100 para cada norte-americano.
Somente em janeiro de 1989 o Dow Jones retornaria aos níveis anteriores à crise.
Para aumentar a confiança dos investidores, a Bolsa de Nova York adotou várias medidas, como programas computadorizados que suspendem os negócios quando as cotações atingem determinado nível de elevação ou de queda (50 pontos no Dow Jones).
Comparação inevitável
A volatilidade do mercado nos Estados Unidos nos últimos meses, com o nível de preços das ações superavaliado, em comparação com os resultados das empresas, provocou comparações com a crise de 1987.
Na última quinta-feira, um movimento de vendas ativado pelos resultados decepcionantes de várias empresas foi reforçado pelo temor de elevação dos juros pelo Banco Central dos Estados Unidos, como recurso para esfriar a economia e evitar uma pressão inflacionária.
O Dow Jones registrou o nível mais baixo em um mês. Mas, apesar da instabilidade do mercado, os analistas consideram improvável a repetição de um "crack" como o de 1987.
Sondagens realizadas entre investidores indicam que, na hipótese de uma queda semelhante, 71% dos norte-americanos não alterariam sua estratégia de investimentos; 13% retirariam seu dinheiro do mercado e cerca de 12% afirmam que colocariam mais dinheiro, seguindo a idéia de que as baixas são uma boa oportunidade para comprar barato.



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