|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Novas altas da
Selic deverão
inibir crediário
DA REPORTAGEM LOCAL
Se a elevação dos juros básicos
na última reunião do Copom ainda não afetou significativamente a
tomada de crédito, isto deve ocorrer certamente se as altas na Selic
continuarem a acontecer.
Essa é a avaliação de especialistas ouvidos pela Folha. De acordo
com Adriano Pitoli, da Tendências, se os juros básicos forem elevados mais do que duas vezes em
0,25 ponto percentual nos próximos meses, as concessões devem
apresentar queda significativa.
Para Emílio Alfieri, economista
da Associação Comercial de São
Paulo, é uma questão de tempo.
"Se todo mês a Selic for aumentada, o ritmo de tomada de crédito
vai acabar sendo afetado naturalmente, mais cedo ou mais tarde."
Os sinais, segundo Pitoli, já são
de desaceleração na concessão de
crédito. "São sinais ainda frágeis,
mas a velocidade da queda dos juros ao consumidor arrefeceu."
Segundo ele, no quarto trimestre de 2003, os juros cobrados dos
consumidores recuaram 6,3 pontos percentuais ante o trimestre
imediatamente anterior. No primeiro trimestre deste ano, a queda foi de 3,6, e no segundo, de 1,8
ponto. "Para o terceiro trimestre,
nossa expectativa é que fique praticamente estável", afirma.
Além disso, a queda nas concessões de crédito na categoria aquisição de outros bens, que compreende itens como móveis e eletrodomésticos, mostra que a alta
na Selic já teve um efeito negativo,
diz Bráulio Borges, da LCA.
No caso de automóveis, segundo especialistas da indústria automobilística, as montadoras estão
bancando juros mais acessíveis
para garantir vendas. O recuo de
crédito pessoal pode em parte ser
atribuído à greve dos bancários, já
que é um empréstimo que requer
a presença de funcionários.
Texto Anterior: Mercado espera elevação da taxa para 16,5%, aponta pesquisa do BC Próximo Texto: Opinião econômica - Benjamin Steinbruch: Flecha lançada Índice
|