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'Orfãs' da Varig em parceria de vôos já assediam a TAM
Empresas aéreas que fazem parte de aliança internacional negociam agora, individualmente, acordos com a brasileira
Varig diz que também busca novo acerto com o grupo e
que tenta voltar a fazer parte de câmara de
compensação de bilhetes
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Companhias aéreas estrangeiras que atuam no Brasil, parte delas empresas da Star
Alliance "órfãs" da Varig, estão
procurando a TAM com o objetivo de negociar com ela acordos operacionais. Já a Varig diz
que deve fechar novo acordo
com a aliança aérea, que permite às companhias compartilharem malha, aeroportos e programas de milhagem.
A Varig foi dividida em duas
empresas: a antiga, que ficou
com o passivo e que hoje não
está em operação; e a nova, sem
dívidas, que foi vendida para a
VarigLog, ex-subsidiária de
carga da companhia. É a "velha" Varig que faz parte da Star
Alliance, e, como a nova empresa não pagou a dívida que a aérea possui com a aliança, um
novo contrato não foi fechado.
Em junho deste ano, a companhia, que em 2005 possuía
75% de participação de mercado nos vôos internacionais entre as brasileiras, suspendeu a
maior parte da sua operação ao
exterior. A TAM, que já vinha
sendo assediada por empresas
de outras alianças operacionais, como OneWorld e Sky
Team, passou, de acordo com o
que a Folha apurou, a ser procurada também por companhias aéreas da Star Alliance.
Conversas isoladas
As conversas não são com a
aliança, mas com empresas,
isoladamente, com o objetivo
de fechar acordos operacionais
como compartilhamento de
vôos. Procurada pela reportagem, a TAM preferiu não se
pronunciar sobre o tema.
Hoje, a companhia tem 60%
do mercado internacional entre as empresas brasileiras. A
queda da Varig, hoje com 19%
de participação, não foi compensada: em relação a 2005, a
oferta de assentos vem caindo
acima de 50%.
A Varig, que atualmente voa
para apenas quatro destinos internacionais (Buenos Aires,
Caracas, Bogotá e Frankfurt),
afirma que continua conversando com a Star Alliance para
assinar novo contrato.
"Assim que pudermos fechar
um novo acordo, vamos fechar.
Tudo depende de sair a concessão [autorização oficial para a
"nova Varig", hoje em análise
na Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil)] para a nova empresa", afirma Marco Antonio
Audi, presidente do conselho
de administração da VarigLog.
Câmara de compensação
Segundo Audi, a Varig também quer fechar, no máximo
até esta semana, um novo acordo para voltar a fazer parte da
câmara de compensação de bilhetes da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), de onde foi excluída em
junho por falta de pagamento.
A "clearing house" da Iata,
como a câmara é chamada, funciona para a liquidação dos créditos e débitos das empresas
aéreas. Se uma companhia vende um bilhete para Tóquio, por
exemplo, mas não voa diretamente para essa cidade, pode
voar até um município de escala e o restante do trecho é feito
por outra companhia.
O pagamento a essa outra
empresa aérea pelo trecho é
feito via câmara de compensação, e vice-versa. A "clearing" é
a garantia de que essas dívidas
serão honradas por todas.
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