São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 2006

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'Orfãs' da Varig em parceria de vôos já assediam a TAM

Empresas aéreas que fazem parte de aliança internacional negociam agora, individualmente, acordos com a brasileira

Varig diz que também busca novo acerto com o grupo e que tenta voltar a fazer parte de câmara de compensação de bilhetes


MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Companhias aéreas estrangeiras que atuam no Brasil, parte delas empresas da Star Alliance "órfãs" da Varig, estão procurando a TAM com o objetivo de negociar com ela acordos operacionais. Já a Varig diz que deve fechar novo acordo com a aliança aérea, que permite às companhias compartilharem malha, aeroportos e programas de milhagem.
A Varig foi dividida em duas empresas: a antiga, que ficou com o passivo e que hoje não está em operação; e a nova, sem dívidas, que foi vendida para a VarigLog, ex-subsidiária de carga da companhia. É a "velha" Varig que faz parte da Star Alliance, e, como a nova empresa não pagou a dívida que a aérea possui com a aliança, um novo contrato não foi fechado.
Em junho deste ano, a companhia, que em 2005 possuía 75% de participação de mercado nos vôos internacionais entre as brasileiras, suspendeu a maior parte da sua operação ao exterior. A TAM, que já vinha sendo assediada por empresas de outras alianças operacionais, como OneWorld e Sky Team, passou, de acordo com o que a Folha apurou, a ser procurada também por companhias aéreas da Star Alliance.

Conversas isoladas
As conversas não são com a aliança, mas com empresas, isoladamente, com o objetivo de fechar acordos operacionais como compartilhamento de vôos. Procurada pela reportagem, a TAM preferiu não se pronunciar sobre o tema.
Hoje, a companhia tem 60% do mercado internacional entre as empresas brasileiras. A queda da Varig, hoje com 19% de participação, não foi compensada: em relação a 2005, a oferta de assentos vem caindo acima de 50%.
A Varig, que atualmente voa para apenas quatro destinos internacionais (Buenos Aires, Caracas, Bogotá e Frankfurt), afirma que continua conversando com a Star Alliance para assinar novo contrato.
"Assim que pudermos fechar um novo acordo, vamos fechar. Tudo depende de sair a concessão [autorização oficial para a "nova Varig", hoje em análise na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)] para a nova empresa", afirma Marco Antonio Audi, presidente do conselho de administração da VarigLog.

Câmara de compensação
Segundo Audi, a Varig também quer fechar, no máximo até esta semana, um novo acordo para voltar a fazer parte da câmara de compensação de bilhetes da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), de onde foi excluída em junho por falta de pagamento.
A "clearing house" da Iata, como a câmara é chamada, funciona para a liquidação dos créditos e débitos das empresas aéreas. Se uma companhia vende um bilhete para Tóquio, por exemplo, mas não voa diretamente para essa cidade, pode voar até um município de escala e o restante do trecho é feito por outra companhia.
O pagamento a essa outra empresa aérea pelo trecho é feito via câmara de compensação, e vice-versa. A "clearing" é a garantia de que essas dívidas serão honradas por todas.


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