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Femsa lança Sol para tentar recuperar mercado de cerveja
Dona da Kaiser desde janeiro, empresa mexicana prioriza aposta na nova marca
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Será com a marca de cervejas
Sol que o grupo mexicano Femsa vai tentar roubar mercado
dos concorrentes no setor no
Brasil. O anúncio da primeira
ação de mídia de peso da companhia foi feito ontem, dois
anos após serem discutidos os
planos iniciais para a cervejaria
fincar o pé por aqui. Com a Sol
em destaque, a Kaiser -comprada pela Femsa em janeiro-
sai um pouco dos holofotes.
A Kaiser Gold deve ser a marca escolhida pela empresa para
explorar o segmento premium
futuramente, apurou a Folha.
Enquanto isso não acontece, a
Sol chega ao mercado nacional
nesta semana nas versões garrafa (600 ml), long neck, lata e
chope. A lata tem preço sugerido de R$ 1,10. A primeira campanha usa como slogan "Essa
vontade é demais", e o pano de
fundo dos filmes na TV são vozes de consumidores gritando
nos bares a frase "Vamo aí".
O que a Femsa fez outras
empresas do segmento já fizeram: ela pegou uma marca de
bebida já existente, mudou o
seu sabor e a embalagem e,
com alguns milhões em publicidade (não revela o montante), fará campanha maciça para
tentar vender o produto. Reforçou (não publicamente) a
teoria da existência de uma nova "guerra das cervejas" na praça -polêmica que estava fora
da mídia havia três anos e que
sempre ajuda a fazer uma nova
marca brilhar. De quebra, o
grupo foi personagem de uma
fofoca de revista: o suposto namoro do baixinho da Kaiser e
da modelo-atriz Karina Bacchi.
Tudo em menos de um mês, às
vésperas da chegada da Sol.
O que se viu na última verdadeira guerra das cervejas, em
2003, entre Schincariol e AmBev, tem semelhanças com este momento. Mas há detalhes
que fazem toda a diferença.
Naquela época, a disputa
também foi parar nas revistas
de celebridades, com embates
públicos entre Zeca Pagodinho
e os marqueteiros da Schincariol, com dezenas de campanhas na TV -inclusive o surgimento do "Experimenta".
A diferença é que em 2003 a
Schincariol fez o que não se sabe ainda se a Femsa, com a Sol,
conseguirá. Ela ganhou cinco
pontos de "market share" (foram R$ 400 milhões em vendas) em menos de um ano, afetando o bolso da líder AmBev.
A disputa foi parar na Justiça e
obrigou a AmBev a reagir.
Impossível negar, porém,
que há razões para a disputa esquentar. Pela primeira vez desde a criação da AmBev, em
1999, uma empresa de grande
porte vai entrar na seara da líder cervejeira -com 68% do
mercado. A Femsa tem 7,8% do
setor-em janeiro, era dona de
9% do mercado-, mas tem como bancar uma agressiva ação
local. Faturou US$ 10 bilhões
em 2005, é uma empresa rentável e lucrativa. Utilizará a estrutura de distribuição da Coca-Cola para fazer a Sol chegar
em 1 milhão de pontos-de-vendas, eliminando um problema
sério do setor: a distribuição.
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