FOLHA - Houve mudanças na empresa desde o início da crise?
GERALDO FERREIRA - Sim, sem dúvida tivemos mudanças, até porque temos certeza de que este é um momento apropriado para que a gente fortaleça nossa presença no mercado brasileiro -nos tornamos ainda mais próximos dos clientes, reforçando nossa compreensão sobre as dificuldades do momento e ratificando nosso apoio e compromisso com o Brasil.

FOLHA - O sr. está mais pessimista?
FERREIRA - Não, de jeito nenhum. Temos consciência de que vamos passar por momentos difíceis, porém as oportunidades já estão surgindo e continuarão a surgir.

FOLHA - O plano de investimentos e de contratações mudou?
FERREIRA - Não, é o mesmo.

FOLHA - A empresa e seus clientes estão tendo algum tipo de dificuldade de financiamento?
FERREIRA - Sem dúvida o crédito está mais limitado e os prazos para pagamento, mais curtos, mas não creio que esse cenário se mantenha por muito tempo. Acho que, conforme os pagamentos sejam efetuados nos seus devidos prazos, a economia volte a se movimentar normalmente e, com isso, a confiança se restabelecerá, proporcionando mais crédito.

FOLHA - A empresa refez os planos e metas para 2009?
FERREIRA - Não. Estamos mantendo nossa meta de crescer 50% no Brasil em 2009, conquistando novos clientes e novos mercados.

FOLHA - O governo brasileiro tem tomado medidas adequadas na condução da crise?
FERREIRA - As ações com o objetivo de ao menos tranqüilizar o mercado estão sendo tomadas e estão corretas. Porém acho que ainda faltam ações mais incisivas para o controle da inflação, por exemplo. Uma das medidas que considero muito importante é a redução da alíquota de importação de vários produtos, entre os quais posso citar o papel "cut size" (A4), que hoje está nas mãos de apenas dois fornecedores no Brasil.

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