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PECUÁRIA
País pretende tomar 25% do mercado chileno, passando a ser segundo vendedor, com o fim da febre aftosa
Brasil quer exportar mais carne para o Chile
da Reportagem Local
Quando se pensa em carne bovina, a Argentina é o vendedor mais
lembrado. O Brasil, no entanto, está querendo sair da "lanterninha"
entre os países do Cone Sul que exportam o produto para o vizinho
mercado chileno.
A meta é ambiciosa. Passar a importar para o Chile 20 mil toneladas por ano (incluindo os produtos industrializados), das atuais 1,7
mil toneladas.
Esse total representaria quase
25% do mercado chileno, o que
transformaria o Brasil no segundo
principal exportador do produto
para o Chile, perdendo apenas para a Argentina.
Até agora, apenas 1% da pauta de
exportação de carne brasileira vai
para o Chile, de acordo com a Secretaria de Agricultura do Estado
de São Paulo.
Isso porque apenas o rebanho do
Sul do país tinha o direito de vender para o mercado chileno. O motivo: o antigo foco da febre aftosa
dos rebanhos do circuito da região
Centro-Oeste.
Desde o início do mês, no entanto, o governo chileno autorizou a
aquisição de carne no mercado de
São Paulo e dos demais Estados do
Centro-Oeste, região que conta
com 90 milhões de cabeças de gado
bovino.
Uma comitiva chilena chega na
semana que vem para qualificar os
frigoríficos da região interessados
na venda para o país. Cerca de 12
frigoríficos já passaram por uma
espécie de pré-qualificação do governo brasileiro.
Os veterinários dos estabelecimentos interessados na venda externa fizeram um curso especial,
ministrado pelo Escritório de Defesa Agropecuária da Secretaria de
Agricultura e Abastecimento de
São Paulo, em parceria com o Ministério da Agricultura.
"Há dois anos e meio não há registros de focos de febre aftosa no
circuito centro-oeste do país", garante o secretário de Agricultura
de São Paulo, José Carlos de Souza
Meirelles, presidente licenciado do
Conselho Nacional da Pecuária de
Corte.
A vantagem dos produtores brasileiros, segundo o secretário, é o
preço mais barato. De acordo com
Meirelles, houve um aumento de
até 50% no custo da carne argentina do início do ano até setembro.
Com isso, o produto brasileiro ficou 30% mais barato que o do país
vizinho.
Para o secretário, o país está se
preparando para tornar-se um dos
mais importantes fornecedores
mundiais de carne. Até 2010, a expectativa é produzir 10 milhões de
toneladas de carne bovina, sendo
1,2 milhão de toneladas destinada
à exportação.
As metas, contudo, são consideradas ambiciosas demais por especialistas.
Michel Alaby, vice-presidente da
Associação das Empresas Brasileiras para Integração no Mercosul,
diz que o rebanho argentino é quatro vezes mais produtivo que o
brasileiro.
"Além disso, a carne argentina é
reconhecidamente superior", afirma Alaby.
(ANA FLORENCE)
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