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TRANSIÇÃO
Discussões devem ser mera formalidade e não incluir revisão de metas
Missão do FMI encontra Palocci hoje
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os técnicos da missão do FMI
(Fundo Monetário Internacional)
encontram-se hoje com Antônio
Palocci Filho, coordenador da
equipe de transição de governo
do presidente eleito, Luiz Inácio
Lula da Silva. Será a primeira reunião dos técnicos que estão revisando o acordo fechado em agosto com o governo eleito.
Pelas declarações já dadas pelos
petistas e por integrantes da atual
equipe econômica, as conversas
com o Fundo serão mera formalidade, sem discussões práticas sobre revisão de metas. A postura
do PT e do governo, porém, desagradou ao FMI. Os técnicos da
missão, que estão no país desde a
semana passada, vieram a Brasília
negociar maior aperto fiscal.
O Fundo gostaria que o PT participasse mais ativamente das
conversas sobre a meta de superávit primário (economia de receitas para o pagamento de juros da
dívida), que foi fixada em 3,75%
do PIB (Produto Interno Bruto)
para 2003. A equipe de transição
de governo eleito, porém, quer
deixar as conversas sobre a eventual revisão da meta de superávit
para fevereiro de 2003, quando a
missão do FMI volta ao país.
Reforma tributária
Os técnicos do Fundo estiveram
ontem com o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel. As
conversas foram em torno da reforma tributária. Ele disse que defendeu a importância da manutenção em 2003 das atuais alíquotas do Imposto de Renda da Pessoa Física e da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido)
para evitar perda de arrecadação.
Se o governo não conseguir
aprovar no Congresso mudanças
na Lei, a alíquota máxima do
IRPF cai no ano que vem de
27,5% para 25%, o que representará perda de R$ 2 bilhões. A alíquota da CSLL cairá de 9% para
8% -uma perda de R$ 1,2 bilhão.
Segundo ele, os técnicos do FMI
perguntaram sobre o andamento
no Congresso dos projetos de lei
para a reforma tributária. Ele disse que "essas duas peças [IR e
CSLL] são indispensáveis" e que
"toda a atenção deve ser dada pelo
Congresso na avaliação da manutenção dessas alíquotas".
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