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Doações de famílias americanas geram bate-boca na TV argentina
DE BUENOS AIRES
O que deveria ser um ato de boa
vontade se transformou em escândalo e bate-boca na TV argentina. Um carregamento com doações de famílias norte-americanas
para as regiões pobres da Argentina ficou mais de um mês preso na
alfândega do país.
O jornalista norte-americano
Anthony Faiola, correspondente
do jornal "Washington Post", disse que um "entrave burocrático"
atrasou a ajuda que poderia ter
"salvo a vida de crianças que morriam de fome".
O chefe da Alfândega, Mario
Das Neves, chamou Faiola para o
que seria uma entrevista, mas
protagonizou um bate-boca em
frente às câmeras. "Os norte-americanos não vão nos dizer como
devemos fazer o controle do que
entra no país", gritava Das Neves.
Segundo ele, o atraso seria da
empresa responsável pelo carregamento, que teria perdido os documentos relativos à importação.
Reestruturação longa
O processo de reestruturação da
dívida pública argentina ainda vai
ser longo. O plano do governo é
concluir, até o final do ano, a licitação que escolherá a instituição
financeira que ficará responsável
pelo processo. A partir daí, serão
necessários mais um ou dois anos
para que o governo argentino
consiga concluir as negociações
com seus credores. A avaliação é
de Cláudio Irigoyen, responsável
pela área de Estudos Econômicos
do BC argentino.
"É difícil prever com exatidão
como se dará a reestruturação da
dívida. Começamos a conversar
com os credores europeus há
poucos dias e sabemos que as discussões serão longas", disse Irigoyen, que participou ontem de seminário em São Paulo.
Na semana passada, o secretário
das Finanças da Argentina, Guillermo Nielsen, reuniu-se na Alemanha com credores europeus
atingidos pela moratória.
Colaborou Fabrício Vieira,
da Reportagem Local
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