São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 2002

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Doações de famílias americanas geram bate-boca na TV argentina

DE BUENOS AIRES

O que deveria ser um ato de boa vontade se transformou em escândalo e bate-boca na TV argentina. Um carregamento com doações de famílias norte-americanas para as regiões pobres da Argentina ficou mais de um mês preso na alfândega do país.
O jornalista norte-americano Anthony Faiola, correspondente do jornal "Washington Post", disse que um "entrave burocrático" atrasou a ajuda que poderia ter "salvo a vida de crianças que morriam de fome".
O chefe da Alfândega, Mario Das Neves, chamou Faiola para o que seria uma entrevista, mas protagonizou um bate-boca em frente às câmeras. "Os norte-americanos não vão nos dizer como devemos fazer o controle do que entra no país", gritava Das Neves.
Segundo ele, o atraso seria da empresa responsável pelo carregamento, que teria perdido os documentos relativos à importação.

Reestruturação longa
O processo de reestruturação da dívida pública argentina ainda vai ser longo. O plano do governo é concluir, até o final do ano, a licitação que escolherá a instituição financeira que ficará responsável pelo processo. A partir daí, serão necessários mais um ou dois anos para que o governo argentino consiga concluir as negociações com seus credores. A avaliação é de Cláudio Irigoyen, responsável pela área de Estudos Econômicos do BC argentino.
"É difícil prever com exatidão como se dará a reestruturação da dívida. Começamos a conversar com os credores europeus há poucos dias e sabemos que as discussões serão longas", disse Irigoyen, que participou ontem de seminário em São Paulo.
Na semana passada, o secretário das Finanças da Argentina, Guillermo Nielsen, reuniu-se na Alemanha com credores europeus atingidos pela moratória.


Colaborou Fabrício Vieira, da Reportagem Local


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