São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 2002

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DEPOIS DO APAGÃO

Indústrias do país já gastam mais eletricidade do que em 2001; consumidor residencial ainda economiza

Exportação impulsiona consumo de energia

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O consumo de energia elétrica industrial aumentou em setembro. Segundo relatório da Eletrobrás, o consumo da indústria tem "recuperação lenta, mas firme, impulsionado notadamente pelas atividades ligadas à exportações".
Em setembro, o consumo industrial cresceu 13% na comparação com o mesmo mês de 2001. Com esse resultado, o consumo acumulado desde janeiro registrou aumento de 1,2% ante o mesmo período do ano passado.
Foi a primeira vez, desde o fim do racionamento, em fevereiro, que no acumulado do ano há recuperação no uso de energia em uma classe de consumo. Em todas as outras classes -residencial, comercial e "outros"-, o consumo entre janeiro e setembro ainda é menor que no ano passado.
O texto elaborado pelo departamento de mercado da estatal cita que a "a desvalorização cambial tem ajudado a recuperação do consumo no país, principalmente pelo efeito multiplicador das exportações na economia nacional".
A região Sudeste foi a única onde o consumo de energia continua menor no acumulado do ano em todas as classes de consumo, inclusive a indústria. O consumo da indústria no Sudeste entre janeiro e setembro está 2,2% menor do que o mesmo período de 2001.
Além da indústria, a Eletrobrás detectou que, desde junho, o comércio tem aumentado seu consumo de energia. Em setembro, o consumo do comércio foi 16,3% maior que no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, no entanto, o consumo do comércio ainda está 2,9% menor do que no mesmo período de 2001.
O relatório do departamento de mercado da Eletrobrás demonstra que houve aumento de 14,2% no consumo geral de energia em setembro, em relação ao mesmo mês de 2001. O aumento aconteceu em todas as classes. No acumulado do ano, no entanto, o consumo ainda é 1,9% menor.
O resultado foi menor do que o esperado pela Eletrobrás porque os consumidores residenciais continuam economizando mais energia do que o esperado após o fim do racionamento. De acordo com o texto do relatório, o baixo consumo da classe residencial foi causado por baixas temperaturas registradas até setembro.
Em setembro, a classe residencial apresentou consumo 14,8% maior. No acumulado do ano, no entanto, o consumo ainda é 7,2% menor. Segundo o relatório, mesmo com o calor do final do ano, o consumo residencial deve ser menor do que em 2001.


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