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Americano prefere comprar ADR a investir na Bovespa
Certificados representam mais da metade das aplicações em empresas brasileiras
Papéis de Petrobras, Vale e Itaú Unibanco estão entre
os ADRs com maior valor
de mercado negociadas
na Bolsa de Valores de NY
ÁLVARO FAGUNDES
DA REDAÇÃO
Os investidores norte-americanos preferem aplicar em
ADRs (certificados de ações
emitidas fora dos EUA) de empresas brasileiras na Bolsa de
Nova York a colocar seu dinheiro nas ações de companhias no
mercado nacional, em um caso
único entre os principais destinos das aplicações dos EUA.
No fim do ano passado, os
ADRs de companhias brasileiras representavam 56% da carteira que os investidores americanos tinham em papéis de empresas nacionais, de acordo
com o Tesouro dos EUA.
Esse perfil de investimento
em que mais da metade das
aplicações vai para ADRs não se
repete em nenhum dos 15 países que têm mais papéis compradas pelos norte-americanos
-o Brasil é o décimo principal
destino, em uma lista que inclui
Bermudas e ilhas Cayman, que
são paraísos fiscais.
Entre os principais, a Holanda é a menos distante do perfil
brasileiro: 35% dos papéis que
os americanos compram de
empresas do país são ADRs.
Para ter uma ideia, os americanos tinham US$ 2,75 trilhões
investidos em papéis de companhias estrangeiras no ano
passado (um valor que caiu pela
metade devido à crise nas Bolsas globais e que ainda assim é
próximo ao PIB da França, o
quinto maior do mundo). Desse
montante, 17%, ou US$ 465 bilhões, foram para ADRs.
Na realidade, apesar de estar
mudando (em 2003, 61% do investimento americano em empresas brasileiras ia para
ADRs), o perfil das aplicações
nas companhias nacionais mais
parece com o das em países
considerados mais instáveis.
No caso da Argentina, por
exemplo, 82% do investimento
norte-americano em papéis de
companhias ia para esses certificados em 2008. Em El Salvador, o percentual era de 92%, e,
no Líbano, de 88%.
Essa maior procura também
ajuda a explicar por que os
ADRs das empresas brasileiras
estão entre as mais valorizadas
e compõem o portfólio de fundos importantes.
Os papéis ordinários e preferenciais da Petrobras têm, respectivamente, o segundo e o
terceiro maior valor de mercado entre os ADRs em Nova
York. Itaú Unibanco está em
sétimo, e a Vale, em oitavo.
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