São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 2002

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Taxa terá impacto de R$ 19 bi sobre dívida

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os recentes aumentos de juros promovidos pelo Banco Central terão um impacto de aproximadamente R$ 19 bilhões na dívida pública, se a taxa de 25% ao ano for mantida pelos próximos 12 meses.
Neste ano, o BC já aumentou os juros em três oportunidades. Em outubro, o presidente do BC, Armínio Fraga, convocou uma reunião extraordinária do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) para elevar a taxa de 18% para 21% ao ano. No mês passado, os juros passaram para 22% e, ontem, para 25% ao ano.
O BC diz que o seu objetivo é conter a inflação. Ou seja, na hora de decidir se aumenta ou não os juros, não se considera o impacto que a medida terá sobre a dívida.
A idéia é fazer com que a política monetária não interfira na política fiscal. Atualmente, cerca de metade dos títulos públicos que circulam no país são corrigidos pela taxa Selic. Portanto, se o BC considerasse apenas o efeito fiscal de suas medidas, poderia reduzir excessivamente os juros para conter o endividamento.
O efeito da alta dos juros sobre a dívida pública pode ser compensado por uma eventual queda do dólar que pode ser provocada pela ação do BC. Pelos dados fechados pelo Tesouro Nacional em novembro, cerca de 38% dos títulos do governo são corrigidos pela taxa de câmbio.
Em geral, taxas de juros elevadas estimulam os investidores a trocar suas aplicações no mercado de câmbio por títulos de renda fixa, que passam a oferecer lucros maiores. Isso tira um pouco da pressão sobre a cotação do dólar.


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