DA REDAÇÃO

John Thain, 48, presidente do banco de investimentos norte-americano Goldman Sachs, será o novo presidente-executivo da Bolsa de Nova York (a New York Stock Exchange, ou NYSE).
O executivo, que fez carreira em Wall Street, assumirá o cargo no dia 15 de janeiro e terá a missão de restabelecer a imagem da maior Bolsa do planeta após uma de suas piores crises em seus 211 anos de existência.
Thain sucederá John Reed, executivo do Citigroup que ocupa interinamente os cargos de presidente-executivo ("chief executive officer", ou CEO) e presidente do conselho ("chairman") da NYSE. Reed havia assumido as funções provisoriamente após a queda de Richard Grasso, em setembro.
Grasso, que havia conquistado amplo reconhecimento por sua liderança após os ataques do 11 de Setembro (de 2001), caiu em desgraça quando vieram a público os generosos detalhes de seu contrato. Entre outros privilégios, como a sociedade de clubes exclusivos, o ex-presidente da NYSE tinha direito a US$ 187,5 milhões em vencimentos e comissões.
Ainda que legais e presentes em contratos assinados pela diretoria da Bolsa, os benefícios de Grasso foram considerados imorais em um período em que as empresas norte-americanas, sobretudo as firmas de investimentos, tentam se reerguer do choque de falta de credibilidade provocado pela série de fraudes contábeis reveladas nos dois últimos anos.
Os rendimentos de Thain serão mais modestos do que os de Grasso. Seu salário anual, com benefícios, foi fixado em US$ 4 milhões.
Entre outras medidas, Thain afirmou que vai estimular os negócios feitos eletronicamente, para reduzir a possibilidade de fraudes entre os operadores. Algumas reformas já foram postas em prática durante a gestão interina de Reed, como a divisão do comando da NYSE em dois cargos: presidente-executivo e presidente do conselho.