UOL


São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRABALHO

Após dois meses de alta, indicador medido pelo IBGE recua 0,5% em outubro

Emprego na indústria volta a cair

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Após dois meses consecutivos de recuperação, na comparação com o mês anterior, o indicador de emprego industrial do IBGE voltou a ficar negativo em outubro, registrando queda de 0,5% em relação a setembro.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o índice registrou queda de 1,57%, a sétima consecutiva e a maior desde março de 2002 (1,7%). No ano, o emprego industrial encolheu 0,5% em comparação com o período de janeiro a outubro do ano passado
Para o economista André Macedo, analista da Coordenadoria de Indústria do IBGE, a queda em relação a setembro é significativa, mas não reverte uma tendência "ligeiramente positiva" que vinha sendo detectada no setor.
Segundo Macedo, quando se compara a média dos três meses encerrados em setembro com a dos três meses encerrados em outubro, ainda há um crescimento de 0,2%. Isso significa que o resultado ruim de outubro substituiu, na composição da média trimestral, um outro pior, o de julho, que constava da média do trimestre encerrado em setembro.

Renda
Os salários da indústria apresentaram em outubro resultado negativo em todas as formas de comparação. Em relação a setembro a queda foi de 0,1%. Em relação a outubro do ano passado, de 3,59%. No acumulado do ano, a queda foi de 5,85%.
Macedo disse que, embora negativa, a queda da renda dos empregados da indústria está reduzindo a intensidade. Isso, segundo ele, decorre da inflação. O técnico diz que emprego e salário só irão mostrar recuperação quando a economia voltar a crescer.
De acordo com os dados do IBGE de setembro para outubro houve uma redução de 0,9% no número de vagas na indústria de São Paulo. O dado conflita com a pesquisa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), segundo a qual o número de vagas cresceu 0,51% no período.
Macedo disse que os dois números não são comparáveis por várias razões. A principal delas é que o número do IBGE, ao contrário do da Fiesp, não está expurgado de fatores típicos do período (sazonais). O IBGE só dessazonaliza o número global.
Outra razão é que a Fiesp só mede o emprego da indústria de transformação, enquanto o conceito do IBGE inclui também a extrativa mineral. Além disso, há diferenças metodológicas nos cálculos dos dois indicadores.
Ele disse que a comparação só deve ser feita no médio prazo, quando as curvas dos dois índices devem apresentar convergência -a menos que haja problema com algum deles.
Sobre a queda de 1,57% no emprego industrial do país em relação a outubro do ano passado, Macedo disse que uma das explicações é que a agroindústria e os setores exportadores, responsáveis pelo dinamismo da economia do país neste ano, não são intensivos em mão-de-obra.
Embora a indústria de alimentos e bebidas, que está em crescimento, seja intensiva em pessoal, Macedo disse que ela tem peso suficiente para reverter a tendência geral de queda.


Texto Anterior: Setor financeiro: Bancos negociam unificação de serviços
Próximo Texto: Ritmo de criação de vagas com carteira diminui
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.