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TRABALHO
Após dois meses de alta, indicador medido pelo IBGE recua 0,5% em outubro
Emprego na indústria volta a cair
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
Após dois meses consecutivos
de recuperação, na comparação
com o mês anterior, o indicador
de emprego industrial do IBGE
voltou a ficar negativo em outubro, registrando queda de 0,5%
em relação a setembro.
Em relação ao mesmo mês do
ano anterior, o índice registrou
queda de 1,57%, a sétima consecutiva e a maior desde março de
2002 (1,7%). No ano, o emprego
industrial encolheu 0,5% em
comparação com o período de janeiro a outubro do ano passado
Para o economista André Macedo, analista da Coordenadoria de
Indústria do IBGE, a queda em relação a setembro é significativa,
mas não reverte uma tendência
"ligeiramente positiva" que vinha
sendo detectada no setor.
Segundo Macedo, quando se
compara a média dos três meses
encerrados em setembro com a
dos três meses encerrados em outubro, ainda há um crescimento
de 0,2%. Isso significa que o resultado ruim de outubro substituiu,
na composição da média trimestral, um outro pior, o de julho, que
constava da média do trimestre
encerrado em setembro.
Renda
Os salários da indústria apresentaram em outubro resultado
negativo em todas as formas de
comparação. Em relação a setembro a queda foi de 0,1%. Em relação a outubro do ano passado, de
3,59%. No acumulado do ano, a
queda foi de 5,85%.
Macedo disse que, embora negativa, a queda da renda dos empregados da indústria está reduzindo a intensidade. Isso, segundo ele, decorre da inflação. O técnico diz que emprego e salário só
irão mostrar recuperação quando
a economia voltar a crescer.
De acordo com os dados do IBGE de setembro para outubro
houve uma redução de 0,9% no
número de vagas na indústria de
São Paulo. O dado conflita com a
pesquisa da Fiesp (Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo), segundo a qual o número de
vagas cresceu 0,51% no período.
Macedo disse que os dois números não são comparáveis por
várias razões. A principal delas é
que o número do IBGE, ao contrário do da Fiesp, não está expurgado de fatores típicos do período
(sazonais). O IBGE só dessazonaliza o número global.
Outra razão é que a Fiesp só mede o emprego da indústria de
transformação, enquanto o conceito do IBGE inclui também a extrativa mineral. Além disso, há diferenças metodológicas nos cálculos dos dois indicadores.
Ele disse que a comparação só
deve ser feita no médio prazo,
quando as curvas dos dois índices
devem apresentar convergência
-a menos que haja problema
com algum deles.
Sobre a queda de 1,57% no emprego industrial do país em relação a outubro do ano passado,
Macedo disse que uma das explicações é que a agroindústria e os
setores exportadores, responsáveis pelo dinamismo da economia do país neste ano, não são intensivos em mão-de-obra.
Embora a indústria de alimentos e bebidas, que está em crescimento, seja intensiva em pessoal,
Macedo disse que ela tem peso suficiente para reverter a tendência
geral de queda.
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