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Gerentes de bancos suíços viram réus em processo
Aceita denúncia contra 29 na Operação Kaspar 2
MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça federal aceitou ontem a denúncia (jargão jurídico
que designa a acusação formal)
contra 29 pessoas que foram
investigadas e parte delas presa
pela Operação Kaspar 2 da Polícia Federal. Entre os que se
transformaram em réus numa
ação criminal, estão quatro
executivos de bancos suíços,
doleiros e empresários.
Todos são acusados de fazer
remessas ilegais de dólares para a Suíça, lavagem de dinheiro,
formação de quadrilha e descaminho -este crime é imputado
aos empresários que traziam
mercadorias do exterior sem
pagar impostos.
A decisão de transformar as
29 pessoas em réus foi do juiz
Fausto Martin de Sanctis, da 6ª
Vara Federal Criminal.
Os executivos trabalham para os bancos UBS (Luc Marc
Depensaz e Marc Henri Dizerrens), Clariden Leu (Reto Buzzi) e o AIG (Magda Portugal).
Dizerrens está foragido desde que sua prisão foi decretada,
no dia 6 de novembro. Magda
foi libertada dez dias depois da
prisão.
As remessas, segundo a procuradora Karen Louise Jeannete Kahn, eram comandadas
pela suposta doleira Claudine
Spiero. De acordo com Kahn,
ela remeteu US$ 4,8 milhões
em 19 meses -de janeiro de
2006 a setembro deste ano.
Spiero começou a trabalhar
para o Credit Suisse e depois
passou a fazer remessas ilegais
para outros bancos suíços, ainda segundo a procuradora.
Entre os empresários que se
tornaram réus nos processos,
estão os sócios da Le Postiche
(Alvaro Restaino, Fabiana Esper e Antonio Monteiro Ferreira Lopes), da Chaves Gold
(Caetano e Luiz Paulo Greco),
Ornare Móveis (Murillo Schattan), Participa Empreendimentos Imobiliários (Walter
Luiz Teixeira e Miguel Ethel
Sobrinho), Aquarius Consultoria (Willian Yu), Egger & Egger
Consultoria (Andrea Egger),
Feller Engenharia (Jacques Feller), Zampase Máquinas (Boris
Zampase), Anico Presentes
(Wag Soimei) e Confecção Leal
(Alain e Jacques Levy).
Os empresários da Le Postiche, Chaves Gold, Zampese
Máquinas e Anico Presentes
são acusados de pagar fornecedores fora do Brasil por meio de
doleiros -por isso são acusados de descaminho.
A Folha não conseguiu localizar ontem à noite os defensores dos acusados.
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