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"Máfia dos grãos" é acusada de fraude a fisco
Prejuízo do governo de MG é estimado em R$ 400 milhões
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Operação da Receita Estadual e do Ministério Público de
Minas Gerais prendeu ontem
sete pessoas acusadas de pertencer à chamada "máfia dos
grãos", que teria causado prejuízo ao Tesouro mineiro de ao
menos R$ 400 milhões em
fraudes fiscais.
O rombo de ICMS (Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), segundo a Promotoria, foi gerado por dois tipos de fraude, entre atacadistas, corretoras e armazéns.
Na primeira, soja, milho e
sorgo eram comprados de produtores mineiros e revendidos
a indústrias. Para não pagar tributos, atacadistas simulavam
comprar os mesmos produtos
de empresas de fachada em
Goiás, Mato Grosso, Tocantins,
São Paulo e no Distrito Federal,
por meio de notas fiscais e créditos inexistentes de ICMS.
A evasão fiscal trazia altos lucros às integrantes do suposto
esquema, que, segundo a Promotoria, "prejudicavam as empresas sérias do setor pela concorrência desleal".
Em outra fraude, atacadistas
simulavam a exportação de
grãos com documentos falsos,
gerando créditos de ICMS, comercializados com indústrias
que, ao pagar os tributos, abatiam os créditos recebidos das
empresas da suposta quadrilha.
A base da suposta quadrilha
era o Triângulo Mineiro, principalmente as cidades de Uberlândia, Uberaba, Ituiutaba,
Araguari, Patrocínio, Patos de
Minas, Nova Ponte, Santa Juliana, Araxá e Perdizes.
A Operação Celeiro teve
apoio da Polícia Militar mineira e do Banco Central. Foi o primeiro desdobramento de denúncia à Justiça mineira no dia
14, envolvendo 58 pessoas no
suposto esquema de fraudes.
Elas representam cerca de 75
empresas suspeitas, que trabalham com compra e venda de
grãos, sobretudo milho e soja.
Além dos sete presos, mais 11
acusados tinham mandados de
prisão expedidos pela Justiça.
Para o MP, houve crime contra a ordem tributária, uso de
documentos falsos, formação
de quadrilha e lavagem de dinheiro. Além do rombo estimado de R$ 400 milhões, a Receita
mineira já inscreveu na dívida
ativa R$ 347 milhões devidos
pelas empresas envolvidas no
esquema sob investigação.
Foram apreendidos cerca de
R$ 550 mil, documentos, jóias e
3.820 toneladas de grãos.
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