|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aneel muda critérios e evita uso de termelétrica
Nível de reservatórios poderá ter queda maior antes que seja necessário acionar usinas a gás
Agência também decide manter multa de R$ 84,7 mi à Petrobras por não ter abastecido usinas conforme termo de compromisso
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) modificou os
critérios de risco do sistema
elétrico. Com a mudança, não
será mais necessário que as termelétricas a gás sejam acionadas em janeiro. Como não há
gás natural para todos os usuários ao mesmo tempo (termelétricas, indústrias, automóveis e
residências), caso as usinas tivessem mesmo que gerar energia, haveria corte no fornecimento para outros consumidores, como aconteceu no final de
outubro no Rio de Janeiro.
Os critérios de risco estabelecem até que nível os reservatórios de água das hidrelétricas
podem baixar antes que as termelétricas sejam ligadas para
poupar água. De acordo com a
regra que estava em vigor, ao final de dezembro os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste deveriam estar com
no mínimo 61% de sua capacidade. Como o nível atual é de
45,5%, era pouco provável atingir o percentual mínimo.
Com a mudança feita pela
agência reguladora, o nível para
janeiro ficou em 36% e já está
coberto - é praticamente impossível que os reservatórios
esvaziem abaixo desse limite.
No final de abril, quando termina o período de chuvas, os reservatórios das hidrelétricas
deverão contar com pelo menos 68% de sua capacidade. Se
estiverem abaixo disso, novamente será necessário ligar as
termelétricas.
Esse sistema de controle de
risco -chamado tecnicamente
de "curva de aversão ao risco"-
foi criado em 2002, no fim do
racionamento de energia. O objetivo é evitar que os reservatórios das hidrelétricas fiquem
vazios demais, a ponto de comprometer o fornecimento de
energia elétrica. Ontem, durante a votação, o diretor-geral da
Aneel, Jerson Kelman, manifestou posição contrária a que
acabou prevalecendo.
A nova curva foi aprovada
por quatro votos a um, mas o
diretor-geral ponderou que era
melhor correr o risco de gerar
usinas termelétricas sem necessidade do que de esvaziar
demais os reservatórios das hidrelétricas.
A mudança nos critérios de
risco havia sido proposta pelo
ONS (Operador Nacional do
Sistema Elétrico, órgão encarregado de gerenciar o acionamento das usinas).
Multa
A diretoria da Aneel manteve, por unanimidade, multa de
R$ 84,7 milhões à Petrobras pelo fato de a empresa não ter garantido geração de energia em
termelétricas a gás, conforme
termo de compromisso que a
estatal tem assinado com a
agência reguladora. O descumprimento aconteceu em julho.
Não há mais como recorrer da
multa dentro da Aneel.
Texto Anterior: Vaivém das commodities Próximo Texto: 4,2 milhões trabalham com cultura no país Índice
|