São Paulo, quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

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4,2 milhões trabalham com cultura no país

Estudo do IBGE mostra que empregado do setor tem renda mensal próxima à média da população ocupada no país

Mão-de-obra empregada em atividades culturais cresce 5,4% de 2005 a 2006, contra 2,4% de expansão da média geral

Ana Ottoni - 21.set.05/Folha Imagem
O cineasta Nelson Pereira dos Santos em set de filmagem


RAQUEL ABRANTES
DA SUCURSAL DO RIO

Dos 89,3 milhões de trabalhadores com dez anos de idade ou mais em 2006, 4,2 milhões ou 4,8% estavam em atividades relacionadas à cultura, de acordo com a segunda versão do estudo Sistema de Informações e Indicadores Culturais, divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em parceria com o Ministério da Cultura.
De 2005 para 2006, a população ocupada cresceu 2,4%, enquanto no trabalho cultural o aumento foi de 5,4%, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE.
O rendimento médio mensal do trabalhador do setor, com dez anos de idade ou mais, é estimado em R$ 846 em 2006, próximo à média da população ocupada total, de R$ 848. Já o nível de escolaridade na cultura é mais alto que a média.
Das pessoas com pelo menos o ensino médio completo, o percentual é de 37,6% para ocupação total e de 55% nas atividades culturais. A região Sudeste registrou a maior parcela de pessoas com 11 anos ou mais de estudo vinculadas à cultura.
No mercado de trabalho cultural, 33,8% têm carteira assinada, 22,8% têm empregos informais e 33,9% trabalham por conta própria. Isso significa que em cada cinco postos de trabalho do setor, cerca de três são ocupados por empregados sem carteira ou trabalhadores por conta própria.
Da mão-de-obra obra cultural, no entanto, 38% ganham até um salário mínimo, 30% recebem de um a dois salários e 11,4%, de dois a três salários.
São Paulo e Rio de Janeiro tiveram 6% cada um dos trabalhadores em atividades culturais em 2006, enquanto Minas Gerais e Bahia registraram 4,5% e 3,2%. O Rio se destaca em relação aos demais Estados, com alta de 0,6 ponto percentual de 2004 para 2005 e de 0,4 ponto entre 2005 e 2006.
A região Sudeste apresentou a maior proporção de ocupados nessas atividades em 2006 (5,7%), seguida pela Sul (4,8%). No Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o setor cultural representava 3,2%, 4% e 3,8% para população ocupada, respectivamente.

Perfil
No setor, predominou o sexo masculino (51,5%). A participação da mulher no mercado de trabalho em geral vem crescendo gradativamente. Em 2004, elas representavam 41,8% dos ocupados, passando para 42,1% em 2005 e para 42,5% em 2006. Na cultura, a presença feminina passou de 48% em 2004 para 48,5% em 2006. Já nas regiões Nordeste (51%) e Sul (50,2%), foi verificada uma ligeira predominância das mulheres na população ocupada total.
Em 2006, o percentual dos jovens (10 a 24 anos de idade) trabalhando em atividades culturais (28,8%) supera o dos jovens da mesma faixa etária na população total ocupada (22,4%). O fato se confirma em todas as regiões e Estados. No Nordeste, houve a maior participação de jovens no setor cultural, de 31,9%, em função da população mais nova. Na Bahia, o percentual foi de 33%. Já o Rio de Janeiro, com população mais velha, apresentou a maior proporção de pessoas com 50 anos de idade ou mais em atividades culturais.
Entre 2003 e 2005, foram criadas 52.321 empresas e organizações nas atividades culturais, somando 321 mil -o que correspondeu a 5,7% do total de companhias que constituem o Cempre (Cadastro Central de Empresas) do IBGE. Essas empresas ocuparam cerca de 1,5 milhão de pessoas, das quais cerca de 70% eram assalariadas, com renda média mensal de R$ 1.565,74 (com carteira assinada).
O estudo considerou como atividades econômicas diretamente relacionadas à cultura aquelas tradicionalmente ligas às artes, incluindo edição de livros, rádio, televisão, teatro, música, bibliotecas, arquivos, museus e patrimônio histórico. Excluiu-se atividades turísticas, esporte, meio ambiente e religião.


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