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4,2 milhões trabalham com cultura no país
Estudo do IBGE mostra que empregado do setor tem renda mensal próxima à média da população ocupada no país
Mão-de-obra empregada em atividades culturais cresce 5,4% de 2005 a 2006, contra 2,4% de expansão
da média geral
Ana Ottoni - 21.set.05/Folha Imagem
![](../images/b1912200701.jpg) |
O cineasta Nelson Pereira dos Santos em set de filmagem |
RAQUEL ABRANTES
DA SUCURSAL DO RIO
Dos 89,3 milhões de trabalhadores com dez anos de idade
ou mais em 2006, 4,2 milhões
ou 4,8% estavam em atividades
relacionadas à cultura, de acordo com a segunda versão do estudo Sistema de Informações e
Indicadores Culturais, divulgado ontem pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) em parceria com o Ministério da Cultura.
De 2005 para 2006, a população ocupada cresceu 2,4%, enquanto no trabalho cultural o
aumento foi de 5,4%, segundo
dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE.
O rendimento médio mensal
do trabalhador do setor, com
dez anos de idade ou mais, é estimado em R$ 846 em 2006,
próximo à média da população
ocupada total, de R$ 848. Já o
nível de escolaridade na cultura
é mais alto que a média.
Das pessoas com pelo menos
o ensino médio completo, o
percentual é de 37,6% para
ocupação total e de 55% nas atividades culturais. A região Sudeste registrou a maior parcela
de pessoas com 11 anos ou mais
de estudo vinculadas à cultura.
No mercado de trabalho cultural, 33,8% têm carteira assinada, 22,8% têm empregos informais e 33,9% trabalham por
conta própria. Isso significa
que em cada cinco postos de
trabalho do setor, cerca de três
são ocupados por empregados
sem carteira ou trabalhadores
por conta própria.
Da mão-de-obra obra cultural, no entanto, 38% ganham
até um salário mínimo, 30% recebem de um a dois salários e
11,4%, de dois a três salários.
São Paulo e Rio de Janeiro tiveram 6% cada um dos trabalhadores em atividades culturais em 2006, enquanto Minas
Gerais e Bahia registraram
4,5% e 3,2%. O Rio se destaca
em relação aos demais Estados,
com alta de 0,6 ponto percentual de 2004 para 2005 e de 0,4
ponto entre 2005 e 2006.
A região Sudeste apresentou
a maior proporção de ocupados
nessas atividades em 2006
(5,7%), seguida pela Sul (4,8%).
No Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o setor cultural representava 3,2%, 4% e 3,8% para
população ocupada, respectivamente.
Perfil
No setor, predominou o sexo
masculino (51,5%). A participação da mulher no mercado de
trabalho em geral vem crescendo gradativamente. Em 2004,
elas representavam 41,8% dos
ocupados, passando para 42,1%
em 2005 e para 42,5% em
2006. Na cultura, a presença feminina passou de 48% em
2004 para 48,5% em 2006. Já
nas regiões Nordeste (51%) e
Sul (50,2%), foi verificada uma
ligeira predominância das mulheres na população ocupada
total.
Em 2006, o percentual dos
jovens (10 a 24 anos de idade)
trabalhando em atividades culturais (28,8%) supera o dos jovens da mesma faixa etária na
população total ocupada
(22,4%). O fato se confirma em
todas as regiões e Estados. No
Nordeste, houve a maior participação de jovens no setor cultural, de 31,9%, em função da
população mais nova. Na Bahia,
o percentual foi de 33%. Já o
Rio de Janeiro, com população
mais velha, apresentou a maior
proporção de pessoas com 50
anos de idade ou mais em atividades culturais.
Entre 2003 e 2005, foram
criadas 52.321 empresas e organizações nas atividades culturais, somando 321 mil -o que
correspondeu a 5,7% do total
de companhias que constituem
o Cempre (Cadastro Central de
Empresas) do IBGE. Essas empresas ocuparam cerca de 1,5
milhão de pessoas, das quais
cerca de 70% eram assalariadas, com renda média mensal
de R$ 1.565,74 (com carteira assinada).
O estudo considerou como
atividades econômicas diretamente relacionadas à cultura
aquelas tradicionalmente ligas
às artes, incluindo edição de livros, rádio, televisão, teatro,
música, bibliotecas, arquivos,
museus e patrimônio histórico.
Excluiu-se atividades turísticas, esporte, meio ambiente e
religião.
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