São Paulo, terça, 20 de janeiro de 1998.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRISE ASIÁTICA
Bolsa tem alta de 1,3%
Japão propõe medidas ao Parlamento

das agências internacionais

O governo japonês apresentou ontem ao Parlamento medidas com o objetivo de recuperar a economia do país, que está em um período de estagnação.
O governo quer destinar US$ 232 bilhões de recursos públicos para ajudar a fortalecer o sistema financeiro, informou a agência de notícias "Reuters".
Uma parte dos recursos será utilizada para capitalizar bancos considerados saudáveis, mas que atravessam dificuldades financeiras temporárias.
Com isso, o governo japonês pretende devolver a confiança ao sistema financeiro do país, abalado após falências anunciadas no segundo semestre de 1997.
Outra medida é a devolução aos contribuintes de cerca de US$ 16 bilhões em impostos, o que deve incentivar o consumo.
A Bolsa de Tóquio reagiu com otimismo à apresentação das medidas ao Parlamento e fechou ontem com alta de 1,3%.
As medidas apresentadas ontem pelo governo japonês atendem à pressão de outros países desenvolvidos, que recomendavam ao Japão impulsionar a atividade econômica antes de promover um ajuste no Orçamento.
"Nunca permitirei que o Japão desencadeie uma crise financeira mundial", afirmou ao Parlamento o primeiro-ministro japonês, Ryutaro Hashimoto.
Analistas avaliam que o governo japonês precisa tomar medidas ainda mais amplas para reativar a economia.
"O mercado crê que o governo tomará medidas um pouco mais substanciais para ajudar o ressurgimento da economia", disse Russel Jones , economista-chefe da corretora Lehman Brothers em Tóquio.
Crescimento
O governo japonês estabeleceu em 1,9% o crescimento econômico do país no ano fiscal de 1998, que começa no próximo dia 1º de abril.
Os gastos do setor público em 98 serão reduzidos em 1,9%. O governo japonês espera que o consumo privado seja o maior responsável pelo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).
De acordo com analistas locais, o crescimento do PIB japonês seria de 0,1% ou mesmo negativo, como consequência das dificuldades econômicas que a Ásia enfrenta.
Dívidas
As dívidas de empresas japonesas que quebraram no ano passado chegaram a US$ 111,2 bilhões, 75,4% a mais que em 1996. É a maior cifra registrada desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Pela primeira vez em 32 anos, chegou a dez o número de empresas negociadas na Bolsa de Tóquio que pediram concordata, entre as quais grandes bancos e construtoras.
O número de empresas que se declararam quebradas com passivos superiores a US$ 79,3 bilhões chegou a 16.365, 12,5% a mais que em 96. É a primeira vez em 11 anos que é superada a marca de 16 mil.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.