DAVID FRIEDLANDER e RICARDO GRINBAUM
da Reportagem Local

A venda do banco Bozano, Simonsen para os espanhóis do Santander foi um jogo de paciência que levou mais de um ano e resultou num novo superbanco estrangeiro no Brasil. Com a operação, anunciada ontem, o Santander deixa para trás o HSBC, fica duas vezes maior do que o Citibank e passa a ser o quinto maior banco privado do país.
O lance esquenta a disputa entre bancos nacionais e estrangeiros e dá mais peso à privatização do Banespa, marcada para maio. "A briga vai ficar pesada", diz Kevin Beck, analista do banco Fleming Graphus. "O investimento do Santander é sinal claro de que os estrangeiros querem crescer no Brasil."
O valor do negócio, que inclui o banco Meridional, não foi divulgado. A Folha apurou que ficará entre R$ 1,3 bilhão a R$ 1,5 bilhão, quantia que só será definida após auditoria. Júlio Bozano, ex-controlador dos dois bancos, irá receber parte em ações do Santander.
As duas instituições começaram a negociar em 1998, por sugestão do Bozano, mas abandonaram a idéia em janeiro de 1999 em razão da desvalorização do Real. Em setembro, o Santander voltou à carga interessado apenas na compra do Meridional. Bozano ofereceu também seu banco de investimentos, um dos mais agressivos do país.


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