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CENÁRIOS
"É impensável", diz presidente
FHC e Fraga descartam dolarizar a economia
da Sucursal de Brasília
A dolarização da economia brasileira foi descartada pelo presidente FHC e pelo presidente do
Banco Central, Armínio Fraga,
durante jantar ocorrido anteontem no Palácio da Alvorada com
senadores da CAE (Comissão de
Assuntos Econômicos) e com líderes dos partidos no Senado.
O ministro Pedro Malan (Fazenda) também participou do
jantar, assim como o presidente
do Congresso, Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA). "Sou contra a dolarização e considero-a totalmente impensável", disse FHC,
conforme a Folha apurou.
O presidente do BC concordou
com a posição de FHC e considerou "um ato de desespero" do governo equatoriano a tentativa de
implantar a moeda norte-americana como padrão monetário.
"No Brasil, isso (a dolarização)
não tem cabimento", disse Armínio Fraga. Para ele, a economia do
Brasil não é "vulnerável" e "não
depende isoladamente de nenhum outro país".
Durante o encontro, os senadores não puderam debater com o
presidente, com o ministro e com
o presidente do BC. FHC, Malan e
Armínio Fraga conversaram informalmente com os parlamentares e discursaram brevemente, fazendo uma análise positiva do cenário econômico nacional.
Malan e Fraga disseram que o
país deverá experimentar um
crescimento médio anual de 4%
ou 5% nos próximos três anos,
com picos de até 7%.
Eles previram que as exportações brasileiras vão superar as importações neste ano em até US$ 5
bilhões e que a inflação será de 6%
em 2000, caindo para 4% em 2001.
Para eles, a desvalorização do real
perante o dólar acompanhará as
taxas inflacionárias.
Para os senadores governistas, o
encontro foi positivo. "As metas
anunciadas podem ser perfeitamente alcançadas", avaliou o senador Pedro Piva (PSDB-SP).
Os senadores de oposição tiveram uma avaliação diferente.
Eduardo Suplicy (PT-SP) considerou insatisfatória a avaliação de
Malan sobre as medidas de combate à miséria e ao desemprego e
discordou quando FHC disse que
seu governo prioriza os setores
sociais.
(FERNANDO GODINHO e RAQUEL ULHÔA)
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