São Paulo, Quinta-feira, 20 de Janeiro de 2000


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CENÁRIOS
"É impensável", diz presidente
FHC e Fraga descartam dolarizar a economia

da Sucursal de Brasília

A dolarização da economia brasileira foi descartada pelo presidente FHC e pelo presidente do Banco Central, Armínio Fraga, durante jantar ocorrido anteontem no Palácio da Alvorada com senadores da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e com líderes dos partidos no Senado.
O ministro Pedro Malan (Fazenda) também participou do jantar, assim como o presidente do Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). "Sou contra a dolarização e considero-a totalmente impensável", disse FHC, conforme a Folha apurou.
O presidente do BC concordou com a posição de FHC e considerou "um ato de desespero" do governo equatoriano a tentativa de implantar a moeda norte-americana como padrão monetário.
"No Brasil, isso (a dolarização) não tem cabimento", disse Armínio Fraga. Para ele, a economia do Brasil não é "vulnerável" e "não depende isoladamente de nenhum outro país".
Durante o encontro, os senadores não puderam debater com o presidente, com o ministro e com o presidente do BC. FHC, Malan e Armínio Fraga conversaram informalmente com os parlamentares e discursaram brevemente, fazendo uma análise positiva do cenário econômico nacional.
Malan e Fraga disseram que o país deverá experimentar um crescimento médio anual de 4% ou 5% nos próximos três anos, com picos de até 7%.
Eles previram que as exportações brasileiras vão superar as importações neste ano em até US$ 5 bilhões e que a inflação será de 6% em 2000, caindo para 4% em 2001. Para eles, a desvalorização do real perante o dólar acompanhará as taxas inflacionárias.
Para os senadores governistas, o encontro foi positivo. "As metas anunciadas podem ser perfeitamente alcançadas", avaliou o senador Pedro Piva (PSDB-SP).
Os senadores de oposição tiveram uma avaliação diferente. Eduardo Suplicy (PT-SP) considerou insatisfatória a avaliação de Malan sobre as medidas de combate à miséria e ao desemprego e discordou quando FHC disse que seu governo prioriza os setores sociais. (FERNANDO GODINHO e RAQUEL ULHÔA)

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