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SIDERURGIA
Embaixador critica a decisão
EUA vão sobretaxar aço por dumping
MALU GASPAR
de Nova York
O Departamento de Comércio
dos Estados Unidos decidiu determinar a cobrança de taxas antidumping de até 63,3% sobre o aço
laminado frio importado do Brasil. Taxas de proteção contra o
subsídio governamental às empresas também serão adotadas e
devem ser de até 10,6%.
A decisão foi a última etapa de
um julgamento conduzido pelo
Departamento de Comércio a pedido das indústrias produtoras de
aço dos EUA, que entraram com
uma ação contra as indústrias
brasileiras e de mais 11 países.
O departamento chegou à conclusão de que as siderúrgicas brasileiras estão praticando dumping
na venda do produto para os
EUA. Dumping é a prática de vender um produto a preços abaixo
do custo no mercado externo.
As taxas estabelecidas foram de
63,2% para o aço importado da
CSN (Companhia Siderúrgica
Nacional) e de 46,6% para o aço
das outras empresas. Além disso,
taxas de 7,4% a 10,6% serão aplicadas como um "contrapeso" ao
subsídio governamental oferecido à Cosipa, Usiminas e CSN, todas estatais privatizadas.
Elas passam a ser cobradas dos
importadores assim que a Comissão de Comércio Internacional
revisar a decisão, o que está previsto para o início de março. A comissão pode reformular a decisão, mas isso é descartado.
"Somos contra essa decisão e
estamos protestando no Departamento de Comércio. Não há
dumping. Além disso, as empresas foram privatizadas por preços
de mercado e não receberam subsídios depois disso", afirmou o
embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa.
O embaixador afirmou ainda
que a decisão do governo norte-americano vai contra acordos feitos na OMC (Organização Mundial de Comércio). No ano passado, países da União Européia recorreram a um comitê de arbitragem independente da organização para analisar restrições aos
produtos exportados pela British
Steel. A decisão favoreceu a UE.
Cosipa
A direção da Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista) ainda
não foi informada oficialmente
sobre a decisão dos EUA.
Mas, segundo o superintendente de exportação da empresa, Manuel Alvarez, a Cosipa já está fora
do mercado norte-americano
desde o início do processo contra
as empresas siderúrgicas brasileiras. "Desde junho nós não vendemos nada para os EUA. Os últimos pedidos foram embarcados
em novembro", disse Alvarez.
A Cosipa rechaça a acusação de
dumping. "Não é a empresa que
determina o preço para um mercado como os EUA. Ele é definido
pela concorrência."
Colaborou a Reportagem Local
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