São Paulo, Quinta-feira, 20 de Janeiro de 2000


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SIDERURGIA
Embaixador critica a decisão
EUA vão sobretaxar aço por dumping

MALU GASPAR
de Nova York

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos decidiu determinar a cobrança de taxas antidumping de até 63,3% sobre o aço laminado frio importado do Brasil. Taxas de proteção contra o subsídio governamental às empresas também serão adotadas e devem ser de até 10,6%.
A decisão foi a última etapa de um julgamento conduzido pelo Departamento de Comércio a pedido das indústrias produtoras de aço dos EUA, que entraram com uma ação contra as indústrias brasileiras e de mais 11 países.
O departamento chegou à conclusão de que as siderúrgicas brasileiras estão praticando dumping na venda do produto para os EUA. Dumping é a prática de vender um produto a preços abaixo do custo no mercado externo.
As taxas estabelecidas foram de 63,2% para o aço importado da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e de 46,6% para o aço das outras empresas. Além disso, taxas de 7,4% a 10,6% serão aplicadas como um "contrapeso" ao subsídio governamental oferecido à Cosipa, Usiminas e CSN, todas estatais privatizadas.
Elas passam a ser cobradas dos importadores assim que a Comissão de Comércio Internacional revisar a decisão, o que está previsto para o início de março. A comissão pode reformular a decisão, mas isso é descartado.
"Somos contra essa decisão e estamos protestando no Departamento de Comércio. Não há dumping. Além disso, as empresas foram privatizadas por preços de mercado e não receberam subsídios depois disso", afirmou o embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa.
O embaixador afirmou ainda que a decisão do governo norte-americano vai contra acordos feitos na OMC (Organização Mundial de Comércio). No ano passado, países da União Européia recorreram a um comitê de arbitragem independente da organização para analisar restrições aos produtos exportados pela British Steel. A decisão favoreceu a UE.

Cosipa
A direção da Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista) ainda não foi informada oficialmente sobre a decisão dos EUA.
Mas, segundo o superintendente de exportação da empresa, Manuel Alvarez, a Cosipa já está fora do mercado norte-americano desde o início do processo contra as empresas siderúrgicas brasileiras. "Desde junho nós não vendemos nada para os EUA. Os últimos pedidos foram embarcados em novembro", disse Alvarez.
A Cosipa rechaça a acusação de dumping. "Não é a empresa que determina o preço para um mercado como os EUA. Ele é definido pela concorrência."


Colaborou a Reportagem Local


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