|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ESTATAIS
Demora no modelo de transação e dificuldades políticas no Congresso devem deixar negócio para 2001
Venda de ações da Petrobras será adiada
VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília
O governo deverá deixar para o
próximo ano a venda das ações da
Petrobras que excedem o controle
acionário da empresa, prevista
inicialmente para este ano. O
atraso é explicado por dois motivos: demora na definição do modelo de venda das ações e dificuldades políticas, conforme apurou
a Folha.
A intenção do governo é vender
essas ações de maneira pulverizada, ou seja, para um número
maior de pessoas e não de maneira concentrada. Em estudo desde
o segundo semestre do ano passado, esse novo modelo seria aplicado na venda de ações da Petrobras e da Companhia Vale do Rio
Doce.
De acordo com as estimativas
da área econômica, as ações da
Petrobras vão gerar uma receita
de aproximadamente R$ 7 bilhões, equivalentes a 26% dos R$
26 bilhões que o governo federal
pretende arrecadar neste ano com
a privatização das suas empresas.
Outros R$ 3 bilhões deverão vir
dos Estados.
Na área política, a principal dificuldade é o projeto do senador
Álvaro Dias (PSDB-PR), já aprovado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal
no final do ano passado, proibindo a venda dessas ações. O projeto ainda terá de ser votado em outras comissões e na Câmara dos
Deputados.
A intenção dos governistas é
derrubar a proposta ainda no Senado, mas eles estão negociando
isso com cuidado para não perder
apoio político. Embora as medidas para a venda estejam em andamento, a intenção do governo é
não realizá-la até que esse assunto
tenha sido resolvido.
As regras e as datas da venda
das ações da Petrobras e da Vale
do Rio Doce deveriam estar definidas até junho, conforme previsto no memorando técnico de entendimentos assinado com o FMI
(Fundo Monetário Internacional)
em 2 de dezembro, quando foi
concluída a última revisão do
acordo com a instituição.
Esse memorando prevê ainda
que o Banespa e o IRB (Instituto
de Resseguros do Brasil) deverão
ser vendidos ao setor privado até
junho. A privatização do Banespa
está marcada para o final de maio
ou começo de junho. No caso do
IRB, o governo ainda não definiu
a data de venda da empresa.
Conforme a Folha publicou ontem, também deverão ser adiadas
para o próximo ano a venda das
três grandes empresas federais do
setor de energia elétrica: Furnas
Centrais Elétricas, Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) e Eletronorte. O governo arrecadaria cerca de R$ 8 bilhões.
Na área estadual, o memorando
assinado com o FMI prevê a privatização, até dezembro, de mais
seis bancos estaduais.
Texto Anterior: Siderurgia: EUA vão sobretaxar aço por dumping Próximo Texto: Distribuidoras vão poder operar postos Índice
|