São Paulo, Quinta-feira, 20 de Janeiro de 2000


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ESTATAIS
Demora no modelo de transação e dificuldades políticas no Congresso devem deixar negócio para 2001
Venda de ações da Petrobras será adiada

VIVALDO DE SOUSA
da Sucursal de Brasília

O governo deverá deixar para o próximo ano a venda das ações da Petrobras que excedem o controle acionário da empresa, prevista inicialmente para este ano. O atraso é explicado por dois motivos: demora na definição do modelo de venda das ações e dificuldades políticas, conforme apurou a Folha.
A intenção do governo é vender essas ações de maneira pulverizada, ou seja, para um número maior de pessoas e não de maneira concentrada. Em estudo desde o segundo semestre do ano passado, esse novo modelo seria aplicado na venda de ações da Petrobras e da Companhia Vale do Rio Doce.
De acordo com as estimativas da área econômica, as ações da Petrobras vão gerar uma receita de aproximadamente R$ 7 bilhões, equivalentes a 26% dos R$ 26 bilhões que o governo federal pretende arrecadar neste ano com a privatização das suas empresas. Outros R$ 3 bilhões deverão vir dos Estados.
Na área política, a principal dificuldade é o projeto do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), já aprovado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal no final do ano passado, proibindo a venda dessas ações. O projeto ainda terá de ser votado em outras comissões e na Câmara dos Deputados.
A intenção dos governistas é derrubar a proposta ainda no Senado, mas eles estão negociando isso com cuidado para não perder apoio político. Embora as medidas para a venda estejam em andamento, a intenção do governo é não realizá-la até que esse assunto tenha sido resolvido.
As regras e as datas da venda das ações da Petrobras e da Vale do Rio Doce deveriam estar definidas até junho, conforme previsto no memorando técnico de entendimentos assinado com o FMI (Fundo Monetário Internacional) em 2 de dezembro, quando foi concluída a última revisão do acordo com a instituição.
Esse memorando prevê ainda que o Banespa e o IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) deverão ser vendidos ao setor privado até junho. A privatização do Banespa está marcada para o final de maio ou começo de junho. No caso do IRB, o governo ainda não definiu a data de venda da empresa.
Conforme a Folha publicou ontem, também deverão ser adiadas para o próximo ano a venda das três grandes empresas federais do setor de energia elétrica: Furnas Centrais Elétricas, Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) e Eletronorte. O governo arrecadaria cerca de R$ 8 bilhões.
Na área estadual, o memorando assinado com o FMI prevê a privatização, até dezembro, de mais seis bancos estaduais.


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