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Taxa média anual era de 4,3% no começo da década de 90
da Sucursal do Rio
Números divulgados ontem pelo IBGE mostram que ao longo
dos anos 90 a taxa média de desemprego anual no Brasil saltou
de 4,3% em 1990 para 7,6% em
1999.
Os dados indicam também que
ao longo do período o papel relativo da indústria de transformação como empregador teve queda
substancial. Ela empregava 23,8%
da população ocupada em 1990 e
fechou 1999 empregando 16,3%.
O levantamento feito pelo IBGE
revela que os anos 90 começaram
com o desemprego em ascensão,
passando de 4,3% em 1990 para
5,8% em 1992, traduzindo a crise
do governo de Fernando Collor
de Mello.
A partir de 1993, a taxa entrou
em declínio, ficando em 5,3%,
tendência que se acentuou nos
dois primeiros anos do Plano Real
(94/95), quando a taxa caiu para,
respectivamente, 5,1% e 4,6%.
A partir de 1996 a trajetória de
alta foi retomada, com a taxa passando para 5,4%, chegando ao
ápice em 1998, ano marcado pela
crise internacional iniciada com a
moratória da Rússia, com 7,6%.
O número se repetiu em 99, não
confirmando expectativas de que
o desemprego medido pelo IBGE
passaria da casa dos 10%.
Os dados do IBGE indicam uma
sistemática perda da qualidade do
trabalho ao longo dos anos 90. O
emprego com carteira assinada
manteve trajetória descendente
ao longo de todos os dez anos.
O contingente de empregados
formais, que representava 56,9%
do total de pessoas ocupadas em
1990, caiu para 44,5% em 1999.
Na outra ponta, a participação
do trabalho sem carteira assinada
cresceu constantemente ao longo
dos dez anos, apenas ficando estável em 24,8% entre os anos de 96 e
97. A participação do trabalho
sem carteira assinada saltou em
todo o período de 19,1% em 1990
para 26,4% em 1999.
No mesmo período, cresceu
também o trabalho por conta
própria. Sua participação relativa
na população ocupada passou de
18,5% em 90 para 23,6% em 99.
Por setores de atividade, a queda na participação da indústria foi
ocupada, basicamente, pelo crescimento do setor de serviços, cuja
participação passou de 47,5% em
90 para 54,4% em dezembro.
Os dados mostram ainda que o
percentual de pessoas trabalhando em relação à população em
idade de trabalhar (mais de 15
anos) caiu de 58,9% em 90 para
52,8% em 99. Já a população desocupada cresceu de 2,6% para
4,3%.
Os números do IBGE mostraram ainda que, entre as seis regiões pesquisadas, a maior queda
no rendimento médio real no período de janeiro a novembro de
99 em relação ao mesmo período
de 98 foi em São Paulo, com 7,3%.
O Rio e Recife tiveram juntos as
menores quedas, com 3,3%.
Belo Horizonte liderou a queda
no rendimento dos trabalhadores
com carteira assinada, com 5% de
janeiro a novembro. Em São Paulo a queda foi de 4,5%. Para quem
trabalha sem carteira assinada, a
maior queda da renda foi em Porto Alegre (3,6%). Em São Paulo, a
queda foi de 3,4%. O Rio foi o único a apresentar taxa positiva, com
aumento de 4,3% na renda.
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