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TRABALHO
Taxa recua de 7,3% em novembro para 6,3% em dezembro; índice médio no ano fica em 7,6%
Desemprego cai, mas mantém recorde
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
A taxa de desemprego medida
pelo IBGE ficou em 7,6% na média de 1999, o mesmo índice do
ano anterior. Em dezembro do
ano passado desemprego ficou
em 6,3%, igual ao recorde histórico para o mês registrado em dezembro de 98 e um ponto percentual menor que a taxa de novembro do ano passado.
Mas a renda média das pessoas
ocupadas acumulou nos primeiros 11 meses do ano passado uma
perda de 5,3%. Em novembro, a
renda média manteve a tendência
de queda real registrada ao longo
do ano, com redução de 8,6% em
relação a novembro de 98 e de
1,8% na comparação com outubro de 99.
Houve queda da renda de janeiro a novembro em todos os setores de atividade, sendo 7,4% na
indústria, 7% na construção civil,
6,8% no comércio e 4,5% na indústria.
Por posição na ocupação, a renda caiu 4,1% para trabalhadores
com carteira assinada, 7,1% para
o trabalho por conta própria e 1%
para o trabalho sem carteira assinada.
A taxa de desemprego e o indicador de renda são medidos pelo
IBGE nas regiões metropolitanas
das cidades de São Paulo, Rio de
Janeiro, Recife, Salvador, Belo
Horizonte e Porto Alegre.
Mesmo considerando que a taxa de desemprego permanece alta, a consultora econômica do Departamento de Emprego e Rendimento do IBGE Shyrlene Ramos
de Souza disse que os números
dos dois últimos meses "são animadores", especialmente por
causa do desempenho da indústria de transformação.
Segundo o IBGE, o emprego na
indústria, que vem em queda há
quatro anos, apresentou por dois
meses consecutivos resultados
positivos, com crescimento da
força de trabalho de 2,4% em novembro de 99 sobre o mesmo mês
de 98 e de 3% em dezembro sobre
dezembro do ano anterior.
A região metropolitana de São
Paulo, de acordo com Shyrlene,
teve papel de destaque nessa melhoria. De dezembro de 98 para
dezembro do ano passado o número de empregados nas indústrias da região metropolitana de
São Paulo cresceu de 1.491.592 para 1.542.119.
A técnica do IBGE disse também que as perspectivas em relação ao emprego este ano são "otimistas", graças à expectativa média de um crescimento da economia em torno de 3% (o governo
espera 4%).
Para ela, o que vai determinar
um melhor ou pior desempenho
da taxa é o quanto irão crescer setores que usam mão-de-obra intensamente, como a construção
civil, os serviços e indústrias como as de calçados e a têxtil.
A melhoria na taxa de desemprego em dezembro do ano passado em relação a novembro foi
consequência de uma redução de
192.428 pessoas na população desocupada nas seis regiões pesquisadas (de 1.311.772 para 1.119.344
pessoas).
Mas nem todas elas foram absorvidas pelo mercado de trabalho. No mesmo período, a população em idade de trabalhar (a
partir de 15 anos) que não estava
empregada nem procurando emprego aumentou de 13.154.587 para 13.215.959 pessoas.
Informalidade
A estabilidade na taxa de desemprego no ano passado em relação ao ano anterior foi acompanhada de uma redução de 3% no
emprego com carteira assinada e
de um aumento de 4% no trabalho informal, sem carteira assinada. O trabalho por conta própria
cresceu 1,9% de um ano para o
outro.
Apesar de entender que os indicadores acima, mais a redução da
renda, apontam para uma piora
na qualidade geral do mercado de
trabalho, Shyrlene não quis dizer
que eles revelam um crescimento
do grau de precariedade do mercado.
Segundo ela, seriam necessários
outros dados para se medir o grau
de precariedade do mercado.
Shyrlene disse que a partir deste
ano o IBGE introduzirá na sua
pesquisa elementos que lhe permitirão detectar este aspecto.
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