São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 2001

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Governo do Rio Grande do Sul proíbe a entrada de animais do Paraná

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Uma portaria assinada ontem pelo secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, José Hermetto Hoffmann, proíbe o ingresso no Estado de ovinos e caprinos oriundos do Paraná.
A proibição será mantida até que se comprove a inexistência da doença em solo paranaense. O governo gaúcho recomendou que os outros Estados façam o mesmo.
O coordenador de Defesa Sanitária Animal da Seab (Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná), Felisberto Queiroz Baptista, disse que a iniciativa "não passa de pretexto comercial sem sustentação técnica ou falta de informação das autoridades que adotaram a medida".
Segundo Baptista, a atitude dos governos gaúcho e argentino é "incompreensível", porque foi tomada após o anúncio das medidas de controle sanitário adotadas pela Seab. ""Hoje é possível dizer que a situação está sob controle."
Outra portaria proíbe o ingresso de animais, produtos e subprodutos de origem animal, sêmen e embriões da Europa, para proteger o rebanho gaúcho. Nesse caso, a determinação se refere a ovinos, caprinos, bovinos e suínos.
O chefe do Departamento de Produção Animal da Secretaria da Agricultura, Guiomar Bergermann, disse que o controle será realizado nos postos de inspeção na divisa com Santa Catarina.
Hoffmann cogita a possibilidade de a Argentina usar o caso de "scrapie" no Paraná para levar vantagens comerciais em relação ao Brasil. Os produtores gaúchos têm a mesma opinião em relação à Argentina e garantem não haver "scrapie" no Estado.
"É uma doença exótica. Nosso gado se alimenta do pasto", disse o presidente da comissão da pecuária de corte da Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul), Fernando Adauto.
Hoffmann confirmou que os animais gaúchos se alimentam só do pasto. "Não temos perigo de contaminação pela vaca louca. Nosso rebanho, que é o maior do Brasil, se alimenta no campo. Não há confinamento com ração."


Colaborou Ronaldo Soares, da Agência Folha, em Curitiba


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