São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 2001

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ENERGIA
Novo presidente dos EUA diz que Saddam Hussein poderá ser detido com força militar; preços sobem mais de 5%

Bush ameaça Iraque, e petróleo dispara

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os preços do petróleo no mercado internacional subiram mais de 5% ontem. Segundo os analistas, influenciaram a alta o corte de produção anunciado pela Opep e declarações de George W. Bush.
Em Londres, o preço do barril do petróleo do tipo brent, referência para o mercado internacional, fechou em US$ 27,05, em alta de 5,6%. No mercado nova-iorquino, o barril do óleo subiu 5,7%, para US$ 32,19.
Bush, que assume hoje a presidência dos Estados Unidos, afirmou à Reuters que o ditador iraquiano Saddam Hussein é uma "grande ameaça que poderá ser detida com o uso de força militar, se necessário".
Um novo conflito entre Bagdá e Washington desestabilizaria os preços do produto no mercado internacional.
O petróleo já subiu 8,75% em Nova York desde que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) anunciou o corte de 1,5 milhão de barris em sua produção, na quinta-feira.
O cartel afirmou que o corte era necessário, devido à queda no ritmo de crescimento das principais economias do mundo e ao excesso da oferta do produto no mercado. No ano, o petróleo acumula alta de 20,11% em Nova York e de 10,86% em Londres.
Após o anúncio do corte, a International Energy Agency divulgou, em Paris, relatório afirmando que a desaceleração da economia norte-americana deverá provocar um aumento menor do que o esperado na demanda mundial por petróleo.
Se o menor crescimento dos Estados Unidos se confirmar e atingir outras economias, a menor procura pelo óleo poderá provocar novos cortes de produção, o que gera alta do produto.
O secretário de Energia dos EUA, Bill Richardson, disse que a redução da produção anunciada pela Opep foi "certamente um grande erro". Alí Rodríguez, que comanda a instituição, respondeu: "Não é o petróleo que está causando o desaquecimento nos EUA. Os preços podem chegar a US$ 70 ou US$ 100 e, ainda assim, as economias industrializadas não serão atingidas".
O corte da produção dos países que pertencem à Opep, Arábia Saudita, Irã, Venezuela, Emirados Árabes, Kuait, Nigéria, Líbia, Indonésia, Argélia, Iraque e Qatar, será colocado em prática em fevereiro.

Brasil
No longo prazo, o governo brasileiro avalia que o preço da gasolina poderá cair até 9% na refinaria e entre 6,4% e 8% para o consumidor. As contas levaram em conta a decisão da Opep de reduzir a produção.
O governo avalia que os aumentos nos preços causado pela decisão da Opep aconteceram no momento em que começaram as especulações a respeito do corte da produção. A alta dos preços deverá ser passageira. Antes, a previsão era que a redução chegasse a 15% na refinaria e a 12% nos postos. Pela nova regra de reajuste de preços dos derivados de petróleo, os preços serão revistos a cada trimestre. O próximo reajuste está previsto para abril.


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