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São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 2003

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OUTRO LADO

Autuações nos postos cresceram 81% em um ano, afirma agência

DA REPORTAGEM LOCAL

A ANP admite que seu setor de fiscalização não cruza os dados do levantamento de preços com o de qualidade de combustíveis para tentar identificar as fraudes, mas diz que isso passará a ser feito.
"Esse cruzamento não é tão simples. A agência está ainda montando um sistema", afirma Luiz Augusto Horta Nogueira, diretor-técnico da agência. Ele diz que a fiscalização da ANP considera principalmente a qualidade do combustível. O levantamento de preços é "levado em conta", diz, mas não sistematicamente.
As fiscalizações nos postos de gasolina estão crescendo ano a ano, diz a ANP. No ano passado, a agência efetuou 22.290 fiscalizações, que resultaram em 9.632 autuações e 1.246 interdições de postos -crescimento de 38%, 81% e 74%, respectivamente, na comparação com 2001. Do total de autuações em 2002, 1.961 ocorreram por conta de adulteração.
Nogueira diz que a agência pode autuar os postos devido a má qualidade dos produtos, utilização de equipamentos inadequados e falta de documentação para cadastro. "Se o posto trabalha com nota fria ou não recolhe imposto é um problema da Receita Federal."
Em dezembro, por meio de convênios com universidades, a ANP analisou 7.141 amostras de gasolina. Desse total, 426 amostras (5,9%) apresentaram problemas. Em 2001, esse percentual chegou a 9,2% e, em 2000, a 12,5%. As multas por irregularidades variam de R$ 5.000 a R$ 5 milhões.
O diretor-técnico da ANP admite que o mercado brasileiro de combustíveis é muito disputado e complicado de fiscalizar. "Quando há distorções de preços por causa de impostos que não são pagos devido à obtenção de liminares, não é possível autuar."
Muitas vezes, diz ele, a gasolina é de primeira e está à venda por preço baixo porque a carga foi roubada, o que não cabe à agência tomar providências. Mas a ANP afirma que já começou a firmar parcerias com secretarias de Fazenda estaduais -já existe um acordo, por exemplo, com a secretaria do Estado de Pernambuco- para combater as irregularidades do mercado. (FF)



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