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OUTRO LADO
Companhia diz que nunca ouviu falar de coligada
DA REPORTAGEM LOCAL
A teia que liga a Parmalat do
Brasil à transferência de recursos do país para o exterior e às
acusações do contador italiano
Gianfranco Bocchi de que "um
saco de dinheiro" foi enviado
ao Brasil são um mistério para
a direção da empresa.
Procurada pela Folha, a Parmalat Alimentos, o braço operacional do grupo no Brasil, informou que nunca ouviu falar da Wishaw Trading, empresa
com sede no Uruguai, para a
qual foram transferidos R$
583,8 milhões entre os anos de
1996 e 2002.
A Wishaw é citada no último
balanço trimestral da Parmalat
Finanziaria, matriz do grupo,
como sendo uma coligada. Ela
e outras oito empresas do conglomerado -entre as quais a
Parmalat Participações do Brasil, uma das holdings locais-
são citadas como participantes
do processo de financiamento
entre companhias do grupo.
No total, foram transacionados US$ 831 milhões de janeiro
até setembro passado entre as
nove coligadas.
A companhia também informa que a Parmalat Indústria e
Comércio de Laticínios, que repassou o dinheiro para a Wishaw não existe mais. Ela foi incorporada à Lacesa- que veio
a originar a atual Parmalat Alimentos- em um processo de
consolidação do grupo no país,
iniciado em 1997 na gestão de
Gianni Grisendi.
Grisendi comandou a Parmalat do Brasil por 11 anos e foi
responsável pela expansão das
suas operações, chegando a
comprar mais de 30 empresas
no país.
Outra empresa do grupo no
país que, segundo informações
prestadas pelo Banco Central à
CPI do Banestado, repassou recursos ao exterior foi a holding
brasileira Parmalat Participações. Também sobre essas operações a Parmalat Alimentos
diz não ter informações.
A holding responde diretamente à matriz e não tem um
executivo responsável por ela
no Brasil. Quem faz a ligação
entre a holding e a Parmalat
Alimentos é Andrea Ventura,
atual diretor financeiro da empresa, que encontra-se na Itália.
(SB)
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