São Paulo, terça-feira, 20 de janeiro de 2004

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OUTRO LADO

Companhia diz que nunca ouviu falar de coligada

DA REPORTAGEM LOCAL

A teia que liga a Parmalat do Brasil à transferência de recursos do país para o exterior e às acusações do contador italiano Gianfranco Bocchi de que "um saco de dinheiro" foi enviado ao Brasil são um mistério para a direção da empresa.
Procurada pela Folha, a Parmalat Alimentos, o braço operacional do grupo no Brasil, informou que nunca ouviu falar da Wishaw Trading, empresa com sede no Uruguai, para a qual foram transferidos R$ 583,8 milhões entre os anos de 1996 e 2002.
A Wishaw é citada no último balanço trimestral da Parmalat Finanziaria, matriz do grupo, como sendo uma coligada. Ela e outras oito empresas do conglomerado -entre as quais a Parmalat Participações do Brasil, uma das holdings locais- são citadas como participantes do processo de financiamento entre companhias do grupo.
No total, foram transacionados US$ 831 milhões de janeiro até setembro passado entre as nove coligadas.
A companhia também informa que a Parmalat Indústria e Comércio de Laticínios, que repassou o dinheiro para a Wishaw não existe mais. Ela foi incorporada à Lacesa- que veio a originar a atual Parmalat Alimentos- em um processo de consolidação do grupo no país, iniciado em 1997 na gestão de Gianni Grisendi.
Grisendi comandou a Parmalat do Brasil por 11 anos e foi responsável pela expansão das suas operações, chegando a comprar mais de 30 empresas no país.
Outra empresa do grupo no país que, segundo informações prestadas pelo Banco Central à CPI do Banestado, repassou recursos ao exterior foi a holding brasileira Parmalat Participações. Também sobre essas operações a Parmalat Alimentos diz não ter informações.
A holding responde diretamente à matriz e não tem um executivo responsável por ela no Brasil. Quem faz a ligação entre a holding e a Parmalat Alimentos é Andrea Ventura, atual diretor financeiro da empresa, que encontra-se na Itália. (SB)


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