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POLÍTICA MONETÁRIA
Analistas estimam para amanhã uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros
Mercado espera decisão conservadora do BC
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco Central vai adotar uma
linha mais conservadora e reduzir
a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual. Isso se forem ratificadas as apostas da maioria das 15
instituições financeiras ouvidas
pela Folha.
No início da noite de amanhã o
Copom (Comitê de Política Monetária, formado pela diretoria e
pelo presidente do BC) anuncia
sua decisão sobre o rumo dos juros básicos (taxa Selic) da economia, atualmente em 16,5% ao ano.
Apesar de o BC ter anunciado
neste mês uma medida com poder de mexer na taxa de câmbio,
sua postura esperada em relação à
condução dos juros -conservadora, se comparada a 2003- não
deve se alterar, avaliam economistas e analistas. O Banco Central passou a comprar dólares diretamente no mercado de câmbio
para recompor suas reservas, o
que pode trazer pressão extra ao
dólar.
Nem mesmo a divulgação, na
semana passada, do IPCA (Índice
de Preços ao Consumidor Amplo) de 2003, que ficou em 9,3%,
acima da meta do governo para o
período, fez as instituições financeiras mudarem as expectativas
sobre o rumo dos juros ou a postura do BC.
A previsão é de queda nos juros,
mas num ritmo mais lento. A instituição mais otimista ouvida projeta que a Selic poderá estar em
12% no fim de 2004, ou seja, 4,5
pontos percentuais abaixo da
atual taxa básica de juros. De junho a dezembro do ano passado,
a Selic recuou de 26,5% para
16,5% (dez pontos).
As projeções dos contratos de
juros negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros)
também apontam que a Selic será
reduzida para 16% amanhã.
Aquecimento
Para Marcelo Cypriano, economista sênior do BankBoston, um
dos motivos que justificam um
corte de 0,5 ponto percentual é
que, apesar de o BC já ver "o varejo se mexer", ainda ainda não se
sabe a velocidade em que se dará a
retomada da economia.
Juros menores, em tese, estimulam o consumo e o investimento,
o que pode se refletir em alta dos
preços. As reduções feitas pelo BC
nos juros nos últimos meses ainda não tiveram todo o impacto esperado sobre a economia.
As transações feitas entre os
bancos têm como parâmetro a taxa Selic. Por isso, a taxa serve de
referência para as demais operações de crédito realizadas no país.
Pela atual legislação, definir a taxa Selic é responsabilidade exclusiva dos diretores e do presidente
do BC, que se reúnem mensalmente para discutir o assunto.
"O perfil conservador do BC deve prevalecer nesta reunião do
Copom. Até o fim do ano, o espaço para corte nos juros é pequeno.
Em dezembro, a Selic deve estar
em torno dos 14%", afirma Luis
Suzigan, economista-chefe da
consultoria LCA.
Colaborou Érica Fraga, da Reportagem
Local
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