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Lei de Biossegurança deve permitir
que se armazene embrião humano
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relator da Lei de Biossegurança, que regulamenta a pesquisa e a
comercialização de transgênicos,
deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), vai retirar do projeto a proibição para o armazenamento de
embriões humanos nos laboratórios de pesquisa, sendo mantido
apenas o veto à alteração de seu
código genético.
Com a mudança será permitida
a clonagem terapêutica. Ou seja, a
fabricação de células-tronco para
a formação de tecidos e reconstituição de órgãos que podem ser
utilizados em transplantes.
"Essa era uma das questões que
colocava a atual legislação como
superada do ponto de vista científico, porque proibia qualquer tipo
de manipulação com embriões
humanos. Ao permitir a clonagem terapêutica podemos reconstituir um fígado, um baço ou coração para transplante. Não pode
é fazer a clonagem de um ser humano, gerar uma nova vida", disse a presidente da Anbio (Associação Nacional de Biossegurança), Leila Oda.
Perfil técnico
Outra alteração do texto original é que os representantes da sociedade civil na CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) terão que ter doutorado
em atividades ligadas à ciência.
Essa é uma vitória da comunidade científica, que reclamava da interferência política e de leigos no
assunto.
Rebelo, que também é líder do
governo na Câmara, ainda ampliou a composição do CNBS
(Conselho Nacional de Biossegurança) de 12 para 15 ministros. Foram incluídos os titulares das pastas da Fazenda, da Defesa e do
Planejamento.
O parecer preliminar do relator
será apresentado hoje na comissão especial criada para analisar o
tema. A base aliada ao governo
pretende aprovar requerimento
de urgência para o projeto, garantido sua votação durante a convocação extraordinária.
Em seu relatório, Rebelo está
dando tratamento diferenciado
entre pesquisa e comercialização
de OGMs (Organismos Geneticamente Modificados), o que não
acontece no projeto original do
governo.
No ano passado o deputado já
havia adiantado que, em seu relatório, a CTNBio vai ter parecer
conclusivo no licenciamento de
pesquisas com transgênicos. Somente a liberação para a comercialização de OGMs terá que passar pelos ministérios. Nesse caso,
o parecer da CTNBio só é conclusivo se for negativo.
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