São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

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INVESTIMENTOS EXTERNOS

Com o crescimento mundial, juros baixos e queda do dólar, volume chegou a US$ 279 bi em 2004

Fluxo de capital para emergentes atinge o maior nível em 7 anos

DA REDAÇÃO

Relatório divulgado ontem pelo Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) mostrou que o fluxo de capital privado para os mercados emergentes atingiu no ano passado o nível mais alto desde 1997, com um total de US$ 279 bilhões (R$ 756 bilhões), provenientes principalmente do aumento de investimento externo direto.
No Brasil o resultado positivo da economia, aliado ao tamanho do mercado e às novas oportunidades de negócios com a Ásia, foram os fatores de atração de investimentos diretos, que, segundo estimativa do IIF, devem crescer para US$ 11 bilhões (R$ 29,8 bilhões) em 2005, US$ 1 bilhão a mais do que no ano passado.
O relatório afirma que o aumento do fluxo de capital para os emergentes é reflexo de um cenário global positivo -o crescimento mundial foi acentuado, e as taxas de juros de longo prazo ficaram baixas.
O crescimento econômico e a boa administração pública em diversos países, além da queda do dólar, também contribuíram para o desempenho positivo do fluxo.
O fluxo de capital privado foi um terço maior do que em 2003 e mais do que o dobro do registrado em 2002. Os investimentos externos diretos representaram metade do total, e houve também aumento dos empréstimos bancários comerciais.
O IIF avalia que o fluxo de capitais para os emergentes neste ano será aproximadamente o mesmo de 2004, ainda que se confirme a redução do crescimento global.
O aumento da taxa de juros dos EUA está entre os riscos à continuidade do fluxo. A queda do dólar pode tornar os investidores mais receosos, além de fazer com que o governo norte-americano aumente sua taxa de juros.
Mas o atual excedente em contas correntes e o aumento das reservas indicam que a maioria dos mercados emergentes está preparada para enfrentar um ambiente global mais difícil em 2005.
A emissão de contratos de mercados emergentes superou US$ 100 bilhões (R$ 271 bilhões) no ano passado, valor mais alto desde 1997, graças às ações dos governos de países emergentes, que aproveitaram as baixas taxas de juros para criar fundos para seus compromissos.
William Rhodes, vice-presidente do IIF e do Citigroup, afirmou que o crescimento do fluxo de capital para os mercados emergentes é reflexo do "aumento da confiança dos investidores na melhoria do desempenho de diversas economias emergentes".
A América Latina recebeu no ano passado US$ 26 bilhões (R$ 70 bilhões) em investimentos privados diretos. A estimativa para 2005 é de quase US$ 40 bilhões (R$ 108 bilhões ).


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