São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

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MERCADO

Mesmo com compras de US$ 3,8 bilhões desde dezembro, moeda americana registra nova queda e fecha a R$ 2,711

BC compra US$ 1,1 bi no mês, e dólar não sobe

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central comprou cerca de US$ 1,1 bilhão no mercado de câmbio entre os dias 2 e 12 deste mês para reforçar as reservas em moeda estrangeira do país. No mês passado, cerca de US$ 2,7 bilhões já haviam sido adquiridos pelo BC com o mesmo objetivo.
Os valores são aproximados, já que o BC ainda não divulgou, oficialmente, esses dados. O que foi divulgado ontem foi o valor, em reais, dessas compras. Neste mês, foram comprados o equivalente a R$ 3,048 bilhões, o que, a uma cotação média de R$ 2,70, corresponde a aproximadamente US$ 1,1 bilhão.
Mesmo com a atuação do BC, ainda não se observa, no mercado, uma tendência de alta na cotação do dólar. Membros do governo, como o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), defendem que o BC atue de forma mais agressiva, de maneira a desvalorizar o real para favorecer as exportações brasileiras.
Ontem o dólar fechou a R$ 2,711, em baixa de 0,29%.
O BC, por sua vez, diz que limita suas compras ao montante necessário para reforçar as reservas internacionais do Brasil. Essas reservas encerraram 2004 em cerca de US$ 25,7 bilhões -já descontados os US$ 26 bilhões emprestados pelo Fundo Monetário Internacional nos últimos anos.
Neste mês, o BC tem comprado, em média, US$ 137 milhões por dia, enquanto o movimento do mercado costuma ficar próximo de US$ 1 bilhão. Essas operações não têm afetado a taxa de câmbio devido ao grande fluxo de capital externo para o país.
Nas primeiras duas semanas, registrou-se um ingresso líquido de US$ 904 milhões no Brasil -em igual período de 2003, o resultado havia ficado em US$ 392 milhões. O comércio exterior continua sendo a principal fonte de dólares: neste mês, os recursos obtidos com as exportações superaram os gastos com importações em US$ 1,183 bilhão.
Ontem, o Banco Itaú fechou uma operação de captação externa de recursos. Foram captados US$ 125 milhões em títulos com vencimento de três anos. O volume ficou bem acima da oferta inicial feita pelo banco (US$ 50 milhões), mostrando que o mercado ainda tem apetite por títulos brasileiros. Na semana passada, o banco Votorantim havia concluído uma captação de US$ 100 milhões no exterior.


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