São Paulo, quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

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Para empresa, SDE ignorou justificativa

JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, afirmou ontem que o relatório apresentado Secretaria de Direito Econômico (SDE) contém inconsistências que poderão prejudicar a empresa. A SDE recomendou nesta semana que a Vale venda parte dos ativos adquiridos com a compra da Ferteco, da Samitri, da Socoimex e da MBR para que as operações sejam aprovadas pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
A empresa tem opções de enquadramento, conforme o parecer, em que pode vender minas, participações em ferrovias e terminais portuários para que a operação seja aprovada.
Na avaliação da secretaria, as aquisições elevaram significativamente a participação da Vale no mercado de minério de ferro, no transporte ferroviário e nos serviços portuários que fazem o escoamento dos produtos.

Subsidiária
Segundo Agnelli, uma das provas de inconsistência do relatório é a recomendação de que a empresa crie uma subsidiária da Estrada de Ferro Vitória-Minas, com balanço separado do da companhia.
"Nós já fizemos acordo com o Cade e todo mês mandamos o balanço da ferrovia para o ministério e para a ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres]. Essa é uma das grandes inconsistências do relatório." De acordo com o presidente da Vale, o balanço contábil da ferrovia já é feito de forma distinta.
A secretaria recomendou a venda de participação acionária na MRS (ferrovia), de modo que a participação total não ultrapasse 20% do capital da empresa. Outra opção de adequação prevê que a Vale venda a mina de Capão Xavier, adquirida por meio da compra da MBR, e ainda reduza a participação dos terminais portuários pertencentes à Ferteco (Sepetiba-RJ) ou à MBR (Guaíba-RJ).

Sem acordo
Para o presidente da Vale, a secretaria não considerou uma boa parte das justificativas apresentadas pela empresa nos últimos dois anos. "Fizemos apresentações técnicas e após dois anos de conversa, a SDE não considerou muitos dos nossos argumentos, o relatório foi apresentado com algumas inconsistências", disse.
De acordo com Agnelli, a Vale deve continuar a acompanhar a discussão nos fóruns adequados. O relatório será encaminhado ao Cade. O presidente da empresa aproveitou para destacar ainda o papel de reforço da Vale à siderurgia e à logística nacionais.


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