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NEGÓCIOS
Com mercado aquecido, empresa prevê investir R$ 10,8 bilhões neste ano; gastos não incluem novas aquisições
Investimentos da Vale devem crescer 89%
MARCELO SAKATE
DA SUCURSAL DO RIO
A Companhia Vale do Rio Doce
anunciou ontem que investirá R$
10,8 bilhões neste ano, um aumento nominal de 89% em relação aos R$ 5,7 bilhões de 2004, e
que destinará quase um quarto
desse total à logística.
Os gastos nesse setor devem alcançar R$ 2,45 bilhões -um aumento de mais de 70% ante
2004- a fim de atender às necessidades do setor produtivo, afirmou o presidente da Vale, Roger
Agnelli. "A demanda relacionada
a ferrovias e portos no país tem
crescido de forma brutal e justifica os investimentos."
No setor ferroviário, a Vale planeja gastar R$ 1,81 bilhão com a
aquisição de 123 locomotivas e de
mais de 5.600 vagões. Os planos
incluem ainda a expansão e a melhoria da segurança da malha ferroviária, a compra de carregadores nos portos e a ampliação de
terminais marítimos, como em
Tubarão (SC) e Sepetiba (RJ).
Dos R$ 10,8 bilhões, 22,1% serão
destinados à manutenção de negócios já existentes, e o restante,
para o crescimento da empresa,
por meio de P&D (pesquisa e desenvolvimento) e na ampliação
de minas e plantas.
"Estamos antecipando investimentos previstos para [o período
de] 2008 a 2010 devido ao aquecimento do mercado, que está forte,
com preços bons", disse Agnelli.
"Os gastos maiores em mineração
estão fundamentados em um mapeamento das necessidades de
nossos clientes pelos próximos
dez anos", afirmou.
"Crescimento orgânico"
O presidente da Vale disse ainda
que o orçamento para 2005 não
inclui gastos com aquisições e que
a prioridade será o "crescimento
orgânico". Agnelli mencionou
seis projetos em desenvolvimento
para a ampliação da capacidade
de produção de minério de ferro
no Brasil, aos quais devem ser
destinados mais de R$ 3 bilhões
em 2005. O maior investimento,
em Brucutu (MG), terá mais de
R$ 1,3 bilhão.
A despeito de classificar como
"bons" os preços do minério de
ferro, ele voltou a defender o reajuste no mercado. "Há uma tendência nítida de aumento [dos
preços]. A demanda é forte, as siderúrgicas têm elevado a produção, mas há mais de um ano o
preço não sobe", disse o presidente da Vale, que, no entanto, afirmou que as negociações ainda estão em andamento.
A Vale destacou ainda os investimentos no mercado de carvão,
no qual ingressou por meio de associações com companhias chinesas.
O mineral receberá a maior fatia
dos investimentos em pesquisa e
desenvolvimento em 2005 -em
novembro passado, a mineradora
ganhou concessão para explorar a
maior reserva de carvão do mundo ainda intacta, em Moçambique, na África.
Novas siderúrgicas
O presidente da Vale voltou a
destacar que a mineradora continuará a procurar, em 2005, empresas interessadas em investir no
setor siderúrgico brasileiro. Na
semana passada, a mineradora
assinou protocolo para construir
uma siderúrgica no Estado do Rio
em parceria com o grupo alemão
ThyssenKrupp Stahl.
O complexo prevê investimentos totais de US$ 2,3 bilhões e a
criação de 10 mil empregos, com
inauguração em 2008. Agnelli citou o negócio como parceria que
será procurada pela Vale para expandir o parque siderúrgico nacional e elevar as exportações da
empresa, que devem ter alcançado US$ 5,2 bilhões em 2004, segundo estimativas.
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