Demanda pelo produto por parte dos 30 membros da OCDE diminui 0,6% em 2006

Consumo menor é apontado como um dos motivos pelos quais a commodity se desvaloriza; barril vai a US$ 51,99 em Nova York

DA REDAÇÃO

Pela primeira vez em mais de 20 anos, caiu o consumo de petróleo dos países mais industrializados do mundo. Os 30 países-membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), responsáveis por cerca de 60% do consumo mundial, diminuíram em 0,6% o uso do combustível no ano passado.
A queda no consumo desses países, apontada pela AIE (Agência Internacional de Energia), é considerada um dos motivos para a desvalorização dos últimos seis meses.
Depois de atingir o pico de US$ 78,40 em julho do ano passado, a cotação do petróleo vem caindo de maneira freqüente. O único trimestre em que o consumo da OCDE cresceu em relação aos mesmos meses de 2005 foi o quarto, quando o barril da commodity estava na casa dos US$ 60.
Além do maior preço, que afugentou consumidores, a menor procura por carros utilitários e o crescimento da demanda por biocombustíveis diminui o consumo.
Ontem, foi apenas o quarto dia de 2007 em que a cotação do barril subiu. Em Londres, a alta foi de 3,27%, e o produto terminou a semana cotado a US$ 53,44. Ainda assim, o produto já se desvalorizou 14,92% apenas no começo deste ano.
Na Bolsa Mercantil de Nova York, o petróleo finalizou o pregão valendo US$ 51,99, alta de 2,99% em relação ao dia anterior. No ano, o preço do barril caiu 17,67%.
A previsão de frio mais intenso no noroeste dos Estados Unidos foi a razão atribuída à alta de ontem.
Segundo analistas, a queda no consumo dos países industrializados pode significar um impulso às economias dessas nações, que poderiam investir esse dinheiro em outras áreas.

Consumo
A demanda americana por petróleo caiu cerca de 1% no ano passado, para 20,6 milhões de barris diários, segundo o Instituto Americano do Petróleo. O montante é inferior ao dos dois anos anteriores.
A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) diminuiu a sua previsão de consumo mundial de petróleo neste ano. Ela prevê um aumento de 1,5% na demanda.

Emissão de carbono
Dez grandes empresas de diversos setores da economia americana decidiram se unir aos grupos ambientalistas na luta para que seja estabelecido um limite nas emissões de dióxido de carbono nos EUA.
O grupo, que inclui empresas como GE e Alcoa, deseja uma redução nas emissões de 10% a 30% nos próximos 15 anos.