São Paulo, terça-feira, 20 de janeiro de 2009

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Lupi contesta Skaf sobre ajuda à indústria

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em resposta a uma provocação feita pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o Ministério do Trabalho preparou ontem uma nota técnica com os setores econômicos do Estado de São Paulo que foram beneficiados com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Os dados apresentados pelo ministro da pasta, Carlos Lupi, mostram que entre janeiro de 2006 e março do ano passado, R$ 2,9 bilhões foram repassados à empresas paulistas.
Na semana passada, Skaf criticou a proposta de Lupi de cortar empréstimos com recursos do FAT e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para empresas beneficiadas que demitam trabalhadores. O empresário desafiou o ministro a divulgar a lista com os nomes das empresas atendidas.
"O ministro Lupi precisa me explicar. Eu gostaria de conhecer a lista das empresas salvas e a origem dos recursos e a autoridade que está usando dinheiro público para salvar empresas. Eu desconheço empresas sendo salvas com recursos públicos", disse Skaf.
"Eu não posso divulgar os nomes das empresas, porque é sigilo. Mas está aqui a lista dos setores. O Paulo Skaf é meu amigo, mas tenho tido dificuldade de encontrá-lo. Só o vejo nos jornais dizendo que as empresas que tomam recursos do governo pagam juros escorchantes", rebateu ontem Lupi.
De acordo com a nota divulgada pelo ministro, o comércio de reparação de automóveis e a indústria de transformação, por exemplo, receberam recentemente R$ 1,2 bilhão e R$ 1,1 bilhão, respectivamente, em recursos do FAT.
As taxas desses empréstimos, aponta o ministro, ficam entre 5% a 6% ao ano mais TJLP (Taxa Juros de Longo Prazo) na grande maioria das linhas do Proger -o maior programa com dinheiro do FAT.
Outros setores beneficiados no Estado foram atividades administrativas, alojamento e alimentação e saúde humana e serviços sociais.
Procurado pela reportagem, Paulo Skaf não quis comentar as afirmações do ministro.


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