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MERCADO FINANCEIRO
Feriado em NY reduz negócios na Bolsa
da Reportagem Local
O feriado em Nova York, em comemoração ao nascimento do líder negro Martin Luther King, fez
a Bovespa operar ontem em marcha lenta.
A Bolsa fechou em alta de 3,22%,
mas o volume negociado foi insignificante: R$ 359 milhões. Com exceção dos pregões que foram realizados depois de um feriado, como
os dos dias 26 de dezembro e 2 de
janeiro, esse é o menor volume de
negócios desde setembro de 97.
Essa modorra que tomou conta
do mercado é mais um reflexo da
dependência das Bolsas brasileiras
dos acontecimentos externos. Como faltam notícias internas relevantes, Nova York, guiada pela
Ásia, é que vem determinando os
rumos por aqui.
Sozinhos, no entanto, os acontecimentos na Ásia influenciam
pouco o desempenho da Bovespa.
Ontem, as Bolsas asiáticas viveram mais um dia de fortes altas,
mas os investidores sabem que essa subida não pode ser lida como
sinal de recuperação das economias orientais.
Os problemas por lá estão longe
de ser resolvidos e esse movimento
consecutivo de alta das Bolsas e
das moedas dos Tigres asiáticos
pode ser interrompido com uma
simples realização dos lucros ou
novas notícias de instabilidade política e social.
Enquanto a tensão paira sobre o
mundo, a Bovespa vai vivendo
dias de altas e baixas, sem que essas oscilações representem muita
coisa. Há pouca liquidez e os negócios se concentram em alguns papéis, como os da Telebrás.
Os investidores estrangeiros ainda estão afastados e a esperança de
uma diferenciação entre as economias da Ásia e da América Latina,
que traria dinheiro para os mercados deste lado do hemisfério, ainda não se tornou realidade.
O fluxo cambial acumulado no
ano, por exemplo, estava negativo
em R$ 100 milhões na sexta-feira,
apesar dos juros que permitem remuneração na casa dos 20% ao
ano aos investidores estrangeiros.
O fluxo é o saldo da movimentação de dólares. Se a saída superar
consecutivamente a entrada, o
país acaba tendo suas reservas
cambiais reduzidas, aumentando
sua vulnerabilidade a um ataque
especulativo. Caso essa fuga cresça
muito até o final do mês, o que o
mercado descarta, o governo pode
ser mais conservador do que o esperado no corte dos juros, sua
principal arma na defesa do real.
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