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Reunião hoje entre o presidente e ministros da área econômica definirá planos para reativar a economia
Lula prepara medidas para neutralizar juros
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva fará hoje, pela manhã, uma
reunião com todos os ministros
da área econômica com o objetivo
de adotar medidas relacionadas
ao financiamento público. A reunião tem o objetivo de contrapor
o efeito recessivo da decisão tomada ontem pelo Copom de aumentar os juros.
Farão parte da reunião os ministros José Dirceu (Casa Civil),
Antonio Palocci Filho (Fazenda),
Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Guido Mantega (Planejamento) e Jacques Wagner (Trabalho).
Além deles, também foram convocados para a reunião Cássio
Casseb, presidente do Banco do
Brasil, Carlos Lessa, presidente do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Jorge Mattoso, presidente
da Caixa Econômica Federal.
A reunião foi marcada de última
hora. Muitos dos participantes tiveram que adiar compromissos
agendados com antecedência para atender ao chamado de Lula.
Lessa, por exemplo, tinha marcado um jantar no Clube São Paulo com a diretoria do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), mas foi obrigado a cancelar. Ele mandou Darc
Costa, vice-presidente do BNDES.
Sem holofotes
As medidas a serem discutidas
na reunião de hoje estão trancadas a sete chaves. Inicialmente, a
idéia era fazer uma reunião na Casa Civil com os ministros da área
econômica para um balanço dos
projetos de financiamento público e traçar uma estratégia de aplicação desses recursos para este
ano.
Com a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de aumentar os juros básicos da economia (para 26,5% ao ano) e o recolhimento do compulsório dos
bancos sobre os depósitos à vista,
a reunião foi ampliada. O próprio
Lula decidiu fazer parte dela.
A Folha apurou que poderão
ser anunciadas, hoje, após a reunião, algumas decisões na área
dos bancos públicos que possam
servir de injeção de recursos na
economia, embora não haja uma
definição de quais poderão ser essas medidas.
Desta vez, segundo a Folha apurou, o governo preferiu evitar holofotes sobre a reunião para não
provocar o mesmo efeito frustrante da última reunião ministerial, há duas semanas, quando foram anunciadas 14 medidas pífias
de estímulo à economia.
O anúncio das medidas da última reunião acabou sendo abafado pelo corte de R$ 14 bilhões no
Orçamento, como forma de o governo ter condições de atingir a
nova meta de 4,25% do PIB para o
superávit primário neste ano.
Para a reunião de hoje, as instituições financeiras públicas (Banco do Brasil, BNDES e CEF) deverão apresentar propostas do que
elas poderão fazer para compensar os efeitos recessivos das medidas duras do Banco Central.
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