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São Paulo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003

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Reunião hoje entre o presidente e ministros da área econômica definirá planos para reativar a economia

Lula prepara medidas para neutralizar juros

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará hoje, pela manhã, uma reunião com todos os ministros da área econômica com o objetivo de adotar medidas relacionadas ao financiamento público. A reunião tem o objetivo de contrapor o efeito recessivo da decisão tomada ontem pelo Copom de aumentar os juros.
Farão parte da reunião os ministros José Dirceu (Casa Civil), Antonio Palocci Filho (Fazenda), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Guido Mantega (Planejamento) e Jacques Wagner (Trabalho).
Além deles, também foram convocados para a reunião Cássio Casseb, presidente do Banco do Brasil, Carlos Lessa, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Jorge Mattoso, presidente da Caixa Econômica Federal.
A reunião foi marcada de última hora. Muitos dos participantes tiveram que adiar compromissos agendados com antecedência para atender ao chamado de Lula.
Lessa, por exemplo, tinha marcado um jantar no Clube São Paulo com a diretoria do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), mas foi obrigado a cancelar. Ele mandou Darc Costa, vice-presidente do BNDES.

Sem holofotes
As medidas a serem discutidas na reunião de hoje estão trancadas a sete chaves. Inicialmente, a idéia era fazer uma reunião na Casa Civil com os ministros da área econômica para um balanço dos projetos de financiamento público e traçar uma estratégia de aplicação desses recursos para este ano.
Com a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de aumentar os juros básicos da economia (para 26,5% ao ano) e o recolhimento do compulsório dos bancos sobre os depósitos à vista, a reunião foi ampliada. O próprio Lula decidiu fazer parte dela.
A Folha apurou que poderão ser anunciadas, hoje, após a reunião, algumas decisões na área dos bancos públicos que possam servir de injeção de recursos na economia, embora não haja uma definição de quais poderão ser essas medidas.
Desta vez, segundo a Folha apurou, o governo preferiu evitar holofotes sobre a reunião para não provocar o mesmo efeito frustrante da última reunião ministerial, há duas semanas, quando foram anunciadas 14 medidas pífias de estímulo à economia.
O anúncio das medidas da última reunião acabou sendo abafado pelo corte de R$ 14 bilhões no Orçamento, como forma de o governo ter condições de atingir a nova meta de 4,25% do PIB para o superávit primário neste ano.
Para a reunião de hoje, as instituições financeiras públicas (Banco do Brasil, BNDES e CEF) deverão apresentar propostas do que elas poderão fazer para compensar os efeitos recessivos das medidas duras do Banco Central.


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