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Centrais afirmam que
pesquisa não é precisa
DA REPORTAGEM LOCAL
CUT, Força Sindical, CGT, SDS
e CAT criticaram a pesquisa divulgada ontem pelo IBGE. Para as
centrais sindicais, o instituto não
fez uma radiografia precisa do setor, já que levou em conta o número de sindicatos filiados, e não
a representatividade deles.
"A CUT pode manter a hegemonia em números de sindicatos,
mas pode ter poucos trabalhadores em cada um deles", diz Paulo
Pereira da Silva, presidente da
Força Sindical. "É preciso lembrar
que três dos maiores sindicatos
do país estão em nossa base: o dos
comerciários, o dos trabalhadores
da construção civil e o dos metalúrgicos de São Paulo."
Para José Dari Krein, pesquisador do Cesit (Centro de Estudos
Sindicais e de Economia do Trabalho), ligado à Unicamp, a pesquisa mostra um retrato do que
ocorreu nos anos 90. "Houve
crescimento do desemprego nos
setores industrial e público. Por
isso a CUT perdeu representatividade. Já a Força, como nasceu em
91 e teve apoio do governo, só tinha de crescer", afirma.
A CUT, que há dez anos respondia por 74% dos sindicatos filiados à central, agora representa
66%. A pesquisa informa que a
Força representa 19% dos sindicatos filiados às centrais -em 92,
representava 13%. "Não dá para
olhar só para o número de sindicatos. Tem de considerar a representatividade deles", diz Krein.
Para o presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos do ABC (CUT),
Luiz Marinho, a pesquisa do IBGE
mostra o enfraquecimento do
sindicalismo brasileiro, "que está
muito pulverizado. É preciso mudar a estrutura sindical do país".
Na avaliação da CAT, a pesquisa
falha ao não mensurar os trabalhadores representados em movimentos sociais e populares.
Para os sindicalistas, a diminuição no número de greves mostra
o amadurecimento nas relações
entre patrões e empregados. "No
passado, fazíamos greve até para
conseguir café com leite e pão
com manteiga para os trabalhadores. Hoje resolvemos muito por
telefone", diz Paulinho. "Nos
anos 70, as empresas ignoravam a
pauta de negociação. Hoje, negociam", diz Marinho.
(FF e CR)
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