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MERCADO FINANCEIRO
Taxa Selic maior tende a manter investidores longe das ações; dólar sobe 0,61% e fecha a R$ 3,612
Bolsa cai 1,89% com expectativa sobre juro
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um dia de expectativa no
mercado pela decisão do Copom
(Conselho de Política Monetária
do Banco Central) sobre a Selic
(taxa básica de juros), o dólar fechou em alta de 0,61%, cotado a
R$ 3,612. Como o resultado da
reunião só saiu no final de tarde, o
clima de espera predominou nas
mesas de operação.
Após duas altas consecutivas, o
Ibovespa fechou em baixa de
1,89%, aos 10.251 pontos. Além da
decisão sobre os juros, as quedas
nas Bolsas internacionais influenciaram negativamente a Bovespa.
Para Aquiles Mosca, economista do ABN-Amro Asset Management, o aumento da taxa deve impactar o mercado de capitais. "Para a Bolsa, a medida é certamente
negativa. É uma decisão difícil para o investidor entrar na Bovespa
quando ele tem disponíveis juros
de 26,5% no mercado doméstico.
Ainda mais no atual cenário de
incertezas internacionais, que
afugenta recursos de mercados
emergentes como o Brasil."
Mas o economista afirma que a
decisão foi correta, devido à desaceleração da inflação a uma velocidade menor do que a esperada.
Além dos juros, o BC decidiu
aumentar de 45% para 60% o recolhimento compulsório dos
bancos sobre os depósitos à vista.
Na prática, segundo Mosca, a
medida pode vir a impactar o
mercado de câmbio, por deixar as
instituições financeiras com menor disponibilidade de recursos
para direcionar seus investimentos, o que gera uma diminuição
da liquidez. Entretanto, levando-se em conta a atual turbulência
dos mercados devido à iminência
da guerra, ele acredita que o efeito
seja mais simbólico.
Marco Franklin, sócio-diretor
da ARX Capital Management,
acredita que a decisão da autoridade monetária deva afetar mais
o mercado nos próximos dias.
Para ele, os aumentos da Selic
feitos nos últimos quatro meses
estão influenciando agora a inflação, e a decisão de ontem deve gerar uma desaceleração maior da
economia e, consequentemente,
dos preços. "Mas estamos fazendo uma previsão para os próximos 12 meses muito mais otimista do que a dos 12 meses passados", disse Franklin.
As maiores altas na Bovespa foram Klabin PN (5,1%) e Telesp
PN (3,1%). As maiores baixas foram Ipiranga Petróleo ON (5,4%)
e Light ON (5,4%).
(GEORGIA CARAPETKOV)
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