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São Paulo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Taxa Selic maior tende a manter investidores longe das ações; dólar sobe 0,61% e fecha a R$ 3,612

Bolsa cai 1,89% com expectativa sobre juro

DA REPORTAGEM LOCAL

Em um dia de expectativa no mercado pela decisão do Copom (Conselho de Política Monetária do Banco Central) sobre a Selic (taxa básica de juros), o dólar fechou em alta de 0,61%, cotado a R$ 3,612. Como o resultado da reunião só saiu no final de tarde, o clima de espera predominou nas mesas de operação.
Após duas altas consecutivas, o Ibovespa fechou em baixa de 1,89%, aos 10.251 pontos. Além da decisão sobre os juros, as quedas nas Bolsas internacionais influenciaram negativamente a Bovespa.
Para Aquiles Mosca, economista do ABN-Amro Asset Management, o aumento da taxa deve impactar o mercado de capitais. "Para a Bolsa, a medida é certamente negativa. É uma decisão difícil para o investidor entrar na Bovespa quando ele tem disponíveis juros de 26,5% no mercado doméstico. Ainda mais no atual cenário de incertezas internacionais, que afugenta recursos de mercados emergentes como o Brasil."
Mas o economista afirma que a decisão foi correta, devido à desaceleração da inflação a uma velocidade menor do que a esperada.
Além dos juros, o BC decidiu aumentar de 45% para 60% o recolhimento compulsório dos bancos sobre os depósitos à vista.
Na prática, segundo Mosca, a medida pode vir a impactar o mercado de câmbio, por deixar as instituições financeiras com menor disponibilidade de recursos para direcionar seus investimentos, o que gera uma diminuição da liquidez. Entretanto, levando-se em conta a atual turbulência dos mercados devido à iminência da guerra, ele acredita que o efeito seja mais simbólico.
Marco Franklin, sócio-diretor da ARX Capital Management, acredita que a decisão da autoridade monetária deva afetar mais o mercado nos próximos dias.
Para ele, os aumentos da Selic feitos nos últimos quatro meses estão influenciando agora a inflação, e a decisão de ontem deve gerar uma desaceleração maior da economia e, consequentemente, dos preços. "Mas estamos fazendo uma previsão para os próximos 12 meses muito mais otimista do que a dos 12 meses passados", disse Franklin.
As maiores altas na Bovespa foram Klabin PN (5,1%) e Telesp PN (3,1%). As maiores baixas foram Ipiranga Petróleo ON (5,4%) e Light ON (5,4%).
(GEORGIA CARAPETKOV)


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