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São Paulo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003

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CURTO-CIRCUITO

Diretor diz que não abre mão de nenhuma hipótese para reaver US$ 1,2 bi devido pela controladora da Eletropaulo

BNDES pode recorrer à Justiça contra AES

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A direção do BNDES está disposta a entrar em litígio com a AES Corporation a fim de assegurar o recebimento do US$ 1,2 bilhão devido pela controladora da Eletropaulo.
""A disposição do governo é negociar. Negociação pressupõe todas as consequências", disse Darc Antonio Costa, vice-presidente do banco. Para completar: ""O BNDES não é favorável ao alongamento do perfil da dívida. É a favor de receber os recursos decorrentes do financiamento".
Indagado se essa advertência significaria recorrer à execução de dívida da AES e retomar o controle da Eletropaulo, o executivo afirmou: ""Vamos analisar todos os instrumentos. Não abrimos mão de nenhuma hipótese. Até mesmo conduzir o processo a uma situação de litígio."
Costa disse não aceitar o argumento, defendido por analistas, de que, sem um alongamento do perfil, a dívida é insustentável, dado o fluxo de caixa da Eletropaulo. ""Não podemos atuar como se o BNDES fosse entidade filantrópica. Quando o contrato foi assinado, os compradores sabiam das condições."
Em 30 de janeiro, a AES deixou de pagar uma parcela de US$ 85 milhões de sua dívida com o banco estatal. A parcela se refere a financiamento feito pelo BNDES durante o processo de privatização da Eletropaulo. O contrato prevê que, em caso de alguma parcela não ser paga, o BNDES poderia ficar com todos os papéis que a AES possui da Eletropaulo. A AES detém cerca de 70% do capital da distribuidora de energia.
Darc Costa sustentou ainda que a AES não apresentou à diretoria do banco nenhum plano para renegociação do débito. A Eletropaulo não quis fazer comentários.
Mas Costa admite a hipótese de que o BNDES incorpore ativos da AES. ""Se não tem como pagar sob a forma monetária, que pague com ativos", disse, durante passagem por São Bernardo. Ele esteve reunido com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho, para discutir apoio a cooperativas de trabalhadores.


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